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Secretário aponta ‘dívidas de pendrive’ e diz que passivo de Goiânia passa de R$ 4,8 bilhões

Secretário da Fazenda de Goiânia foi à Assembleia Legislativa defender prorrogação do decreto de calamidade financeira

Secretário da Fazenda de Goiânia, Valdivino de Oliveira, e o deputado Wagner Neto (Foto: Divulgação)
Secretário da Fazenda de Goiânia, Valdivino de Oliveira, e o deputado Wagner Neto (Foto: Divulgação)

O secretário da Fazenda de Goiânia, Valdivino de Oliveira, afirmou nesta terça-feira (17) que a dívida acumulada do município saltou de R$ 3,6 bilhões para mais de R$ 4,8 bilhões desde a transição de governo. A declaração foi dada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia, presidida pelo deputado estadual Wagner Neto (Solidariedade).

“Muitas dívidas, como as do Imas [Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais], são o que chamamos de ‘dívidas do pendrive’. Não têm empenhos prévios nem registro formal, porque os processos não foram normalizados”, explicou. “Os restos a pagar, segundo os balanços, praticamente não existem. Mas apareceu R$ 1,2 bilhão que não está contabilizado oficialmente.” Valdivino justificou que, embora os números apresentados à contabilidade pareçam equilibrados, a realidade financeira da capital é “calamitosa”.

Valdivino foi à Assembleia para defender a prorrogação do decreto de calamidade financeira nº 10546/25. A proposta, enviada pelo prefeito Sandro Mabel (UB), recebeu parecer contrário do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO), no comunicado n° 13122/25.

Segundo o secretário, o decreto de calamidade é fundamental para garantir margem de negociação da Prefeitura com fornecedores e prestadores de serviço: “Esse estado de calamidade nos ajuda, porque obriga cada setor da administração a negociar preços, quantidades e contratos, o que temos feito com muito êxito.” Sobre a posição do TCM-GO, o secretário foi incisivo: “À luz da contabilidade, o tribunal não tem que dizer nada diferente do que disse. Mas a situação real é de calamidade.”

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