AVALIAÇÃO

Secretário de Saúde reconhece ‘crise moral’ como herança, em Goiânia

O secretário da Saúde da Prefeitura de Goiânia, Luiz Pellizzer destacou nesta quarta-feira (16), ao…

Luiz Pellizzer, secretário de Saúde da Prefeitura de Goiânia, destaca que assumiu em contexto de "profundo desgaste" (Foto: Alex Malheiros - Prefeitura de Goiânia)

O secretário da Saúde da Prefeitura de Goiânia, Luiz Pellizzer destacou nesta quarta-feira (16), ao Mais Goiás que a atual administração já tem priorizado melhorias para a área, mas reconheceu que o setor enfrenta um dos contextos mais delicados da história recente. Para ele, além do caos financeiro herdado, a rede municipal de saúde foi afetada por uma “crise moral e um desgaste profundo” com a população e os fornecedores.  

Pellizzer comentava os números apresentados pelo Instituto Goiás Pesquisas, publicado com exclusividade no portal Mais Goiás, que apontava a saúde como a principal área que moradores de Goiânia esperavam ver priorizada nos próximos meses. “Estamos trabalhando muito para reverter o quadro de calamidade que herdamos na saúde”, afirmou o secretário.

“Além da crise financeira, a saúde enfrentou uma crise moral e um desgaste com a população e os fornecedores. Vamos arrumar a nossa saúde e prestar um atendimento de qualidade para todos.” A Goiás Pesquisas apontou que 68,36% dos goianienses apontam a saúde como prioridade absoluta da gestão do prefeito Sandro Mabel (União Brasil).

Os dados refletem um cenário de cobrança intensa por melhorias nos serviços prestados pela rede pública de Saúde, que vai desde a atenção básica até exames e procedimentos especializados. No contexto citado pelo secretário, está justamente o período em que Goiânia passou por uma intervenção na Saúde, na reta final da gestão do prefeito Rogério Cruz (SD).

Na época, o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) recomendou ao Tribunal de Justiça que a medida fosse adotada junto a Saúde de Goiânia. O assunto foi acatado de maneira imediata pelo governador Ronaldo Caiado (UB), que junto com Mabel definiu o médico Márcio de Paula Leite como interventor. O contexto era caótico: mortes na fila de UTI, a prisão do ex-secretário Wilson Pollara e outros dois titulares em menos de sete dias.

A crise na saúde de Goiânia aos poucos vai ficando pelo retrovisor, mas os desafios ainda persistem. Desde que assumiu, Mabel anunciou o pagamento de mais de R$ 235 milhões em dívidas acumuladas pela gestão anterior, parte significativa delas na área da saúde. A atual administração também tem promovido reavaliação de contratos e reorganização de unidades, mas os resultados ainda são tímidos para a população. Recentemente, a gestão teve que desmentir que a Maternidade Célia Câmara seria fechado, após redução dos repasses enviados para a entidade que administra o local.

Metodologia

O Instituto Mais Goiás Pesquisas ouviu 610 eleitores de Goiânia entre os dias 7 e 11 de abril de 2025. A margem de erro da pesquisa é de 3,8 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. As entrevistas foram feitas presencialmente em todas as regiões da cidade.