POLÊMICA

Sindicato de professores vai à justiça contra “perseguição” proposta pelo deputado Gustavo Gayer

A categoria acusa o parlamentar de perseguição após lançamento de site para que pais denunciem o que chama de "doutrinação ideológica"

Criada Frente em Defesa das Cooperativas e Pequenos Laticínios sob presidência de Gayer
Gustavo Gayer (Foto: Câmara dos Deputados - Divulgação)

O Sindicato dos Professores de Goiás (Sinpro) deve tomar medidas legais contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL). A categoria acusa o parlamentar de perseguição após lançamento de site para que pais denunciem o que ele chama de “doutrinação ideológica”.

Em nota, o sindicato afirma que não aceitará qualquer tentativa de perseguição à honra e à imagem dos professores. Além disso, irá buscar ações cabíveis para coibir o deputado e seus seguidores de “ameaçar e difamar qualquer profissional da educação que esteja apenas exercendo seu trabalho diário”.

O deputado bolsonarista, promoveu o 1º Seminário sobre Doutrinação Ideológica no Ensino, ao lado de outros parlamentares de extrema direita, como Nikolas Ferreira (PL). A intenção era “conscientizar pais, alunos e professores sobre a existência e os riscos da ideologização esquerdo-marxista que ocorre em várias salas de aula do país”.

A alegação do político, entretanto, é contestada pelo sindicato, que reforça não haver doutrinação em salas de aula.

Expulsão

No ano passado, um professor de uma escola particular de Goiânia foi demitido após aplicar uma lista de exercícios com charge que critica violência policial para alunos do Ensino Médio. O desligamento ocorreu depois que o então blogueiro bolsonarista Gustavo Gayer expôs o documento em rede social alegando que o profissional fazia “doutrinação” no ensino.

Alunos da instituição usaram o intervalo das aulas para protestar contra a demissão e em apoio ao educador.

O próprio autor da charge, André Dahmer, defendeu o professor nas redes sociais.  “O Colégio Visão não sabe, mas meu trabalho aparece com frequência em concursos públicos e vestibulares. Em 2011, um dos meus quadrinhos foi tema de redação do Enem”, publicou.

Em resposta ao Mais Goiás o Colégio Visão respondeu: “A escola possui um Código de Conduta que veda manifestações políticas, partidárias ou ideológicas em ambiente escolar. A direção do Colégio mantém um canal de diálogo aberto com alunos e familiares, sempre pautando suas ações no Código de Conduta.”