SABATINA MAIS GOIÁS

“Sou candidato de oposição, de fazer diferente”, diz Talles Barreto

Candidato a prefeito em Goiânia, Talles Barreto (PSDB), é entrevistado desta quinta-feira (29) do Mais Goiás. Deputado…

Antes líder da oposição, Talles adere à base de Caiado. “Nunca questionei honestidade”
Antes líder da oposição, Talles adere à base de Caiado. “Nunca questionei honestidade” (Foto: Divulgação)

Candidato a prefeito em Goiânia, Talles Barreto (PSDB), é entrevistado desta quinta-feira (29) do Mais Goiás. Deputado estadual, o tucano está em seu terceiro mandato, sendo reeleito com 35.456 votos em 2018 e defende o legado do PSDB em Goiás.

A entrevista é uma sequência às sabatinas realizadas pelo Mais Goiás e BandNews FM, que ouviu os seis mais bem colocados postulantes ao paço municipal de acordo com a primeira rodada da Pesquisa Ibope. Nesta semana, o portal conclui as entrevistas com os demais candidatos presentes na disputa.

Acompanhe a série de perguntas e respostas:

Mais Goiás – O senhor foi um dos poucos com mandato que escaparam da devassa que sofreu o PSDB em 2018. A que atribui isso?

Talles Barreto – Não tenho dúvida que o PSDB fez grandes gestões no estado. Pegamos em 1998, Goiás com Produto Interno Bruto (PIB) de 17 bilhões e entregamos em 2018 com R$ 230 bi. Pegamos um estado agrícola e transformamos em um estado industrial. É graças às gestões do PSDB que Aparecida de Goiânia é hoje uma cidade industrializada. Não tenho dúvidas que o partido transformou a vida dos goianienses. Transformou com criação de emprego, com programas importantes, como o Renda Cidadã, a Bolsa Universitária. Também realizou obras importantes como o Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação dr. Henrique Santillo (Crer), o Hospital de Urgências Governador Otávio Lage (Hugol), reabrimos HGG que o PMDB fechou, reformamos Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), o HDT. Reformamos o Autódromo Internacional de Goiânia, fizemos o Centro Cultural Oscar Niemeyer. Duplicamos todas as rodovias GOs que chegam em Goiânia. Não tenho dúvida dessa transformação.

Eu sou uma nova geração do PSDB. Por isso, estamos indo para esse eleição para mostrar o que o PSDB é capaz de fazer. Tenho orgulho de ter sido eleito [deputado estadual] com 40 mil votos. É só comparar. Durante os últimos anos, Pedro Wilson, Paulo Garcia e Iris Rezende. Nos últimos 20 anos, quem fez os melhores de Goiânia foi o PSDB. Essa nova geração do PSDB pode mudar a cidade. Se você acha que a saúde pública funciona, transporte público, educação, ensino fundamental I e II estão funcionando bem em Goiânia. Eu não sou seu candidato.  Sou candidato de oposição de fazer diferente.

Mais Goiás – O sr fala muito em resgatar o legado do PSDB em Goiânia. No entanto, o eleitor goianiense parece não concordar que o partido tenha feito um bom trabalho já que foi derrotado na capital desde o final da década de 1990. O que é preciso para que eleitor confie no PSDB?
Talles Barreto – Falta as pessoas me ouvirem. A partir do momento que as pessoas forem ouvindo sobre a realizado do partido em Goiás e Goiânia irão se lembrando. Com isso, pode ter certeza que vamos para o segundo turno. Nós sabemos que nós fizemos. Temos um exército de [candidatos a] vereadores que está nas ruas defendendo nosso legado. Temos a única candidata cadeirante a vice-prefeita do Brasil. Sabemos que precisamos investir na nossa cidade, na acessibilidade, no meio ambiente, no transporte público. Sabemos que devemos investir em quer trabalhar na nossa cidade, no ramo das confecções da Rua 44, no polo moveleiro do Vale dos Sonhos, no Jardim Guanabara. Goiânia deixou de ouvir o sentimentos dos goianienses. A partir do momento que o goianiense passar a ouvir nossas propostas, vai saber que já fizemos. Temos credenciais, história e sabemos fazer.
Mais Goiás – Qual a avaliação do sr da gestão do prefeito Iris Rezende?
Talles Barreto – Financiamentos através de recursos próprios. Não vemos. O Iris tem um histórico de vida pública muita forte, não quero desmerecer. O goianiense merece muito mais [do que obteve] com as últimas gestões comandadas por ele. Iris perdeu o contato com o povo. [Eu] fecharia a Comurg. Um órgão dentro da prefeitura. É uma vergonha. Foi entregue aos empresários das empresas de ônibus.

Mais Goiás – O plano do sr na área da saúde é ambicioso e diz que dobrará o numero de médicos, enfermeiros e servidores…

Talles Barreto – Estamos passando por um momento de travessia. Temos que fazer um raio X, um diagnóstico de como está o goianiense e deve ser feito urgentemente. Muitas famílias estão desemparadas e isso é função do poder público. Não é ousadia, é responsabilidade. Esse mutirão está no nosso plano de governo. Tem que contratar mais gente, pode fazer parcerias com cooperativas médicas. Tem condições para fazer essa parceria para saber como está o povo. Mais de 120 mil pessoas perderam os empregos e muita gente cortou o plano de saúde.
Mais Goiás –  Além disso fala em 120 postos de saúde avançados.  De onde virão os recursos?
Talles Barreto – Hoje nós temos 84 postos de saúde. Temos que fazer essas unidades de saúde básicas, através do resgate dos médicos da famílias, que foi criado por Henrique Santillo quando Ministro da Saúde. É uma medicina preventiva, em que os profissionais vão às casas dos cidadãos. Em Recife tem 1,2 mil equipes de médicos da família. Goiânia está ultrapassada, não cobre 20% da população. A presença digital de Goiânia é zero. Estamos ultrapassados. Não há avanço digital, não há um cartão de acompanhamento sobre últimas consultas e exames.

Mais Goiás – Há também proposta de cartão alimentação de R$ 200 por família. Quantas pessoas seriam beneficiadas, qual seria o orçamento e de onde viria os recursos?

Talles Barreto – O ex-governador Marconi Perillo deu dignidade com o cartão da Renda Cidadã. Quem está abaixo da linha de pobreza são 5% da população. Essas pessoas que não têm o que comer. Estamos na pandemia de covid-19 fazendo uma travessia difícil, por isso precisamos fazer um raio-x.
Mais Goiás – Mas são quantas famílias, de onde viriam os recursos?
Talles Barreto – O valor não dá menos de 1% da arrecadação, é muito pouco para tirar a fome das pessoas. É um mecanismo de buscarmos de não deixar ninguém passar fome em Goiânia. São em torno de 25 mil a 30 mil famílias, que são esses 5% que estão à margem da linha da pobreza. Somente com o recurso que iremos economizar com o fechamento da Companhia de Urbanização de Goiânia, que serve para cabide de emprego de vereador, são R$ 20 milhões.
Mais Goiás – Também prevê subsídio para tarifa do transporte público. Quem subsidiaria? O plano do sr não cita os corredores de ônibus, por que?
Talles Barreto – Eu não tenho rabo preso com empresário. As empresas cobram 8% para fazer o transporte público, cobram mais 10% para manutenção dos terminais, mais 2% para a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), mais 2% de gratuidade. Tirando tudo isso, a passagem pode cair para R$ 2,70. Propomos a retirada e deixar a passagem a R$ 2, a diferença a prefeitura vai subsidiar. Em qualquer lugar do mundo em que o transporte público funciona tem subsídio.
Qualquer lugar do mundo se cobra por quilômetro rodado, aqui se cobra por passageiro, o que deixa os ônibus superlotados. O que está acontecendo é responsabilidade da prefeitura. Em Curitiba, um dos melhores públicos do país, a prefeitura coloca recursos mensais. Estamos fazendo nosso segundo eixo, Leste-Oeste, Curitiba tem oito eixos. Nós estamos ultrapassados. É um absurdo. Quando o prefeitura passou para a empresa cobrou 8%. Além disso, vamos criar o batalhão do transporte público, como existe a Guarda Municipal. Infelizmente o que vemos é mulher assediada, banheiros sujos, cidadão que não chega no horário do trabalho. O transporte público tem que ser público.
Mais Goiás – Há déficit de vagas nos Cmeis, afetando diretamente as crianças e famílias mais vulneráveis da capital. Como o sr. pretende corrigir o problema?
Talles Barreto – Há déficit de pelo menos 10 mil vagas nos Cmeis. A prefeitura nunca fez convênio. É possível fazer esse tipo de parceria através do Fundo Nacional de Educação Básica (Fundeb). É possível usar as estruturas das igrejas, com instituições particulares, abaixando o ISSQN de 5% para 2%. Temos que ter coragem para transformar isso.
Mais Goiás – O sr também quer criar 300 mil empregos…
Talles Barreto – Seriam nos quatro anos. Primeiro precisamos recuperar 150 mil empregos perdidos da crise. Temos muitos ambulantes na Rua 44 e em Campinas. São trabalhadores informais na rua. Transformei região de Goiás, Taquaral, Itaguari, Itaguaru, em polo da moda íntima. Levamos máquinas que mudaram a forma de cortes, com isso as empresas não perdem material e ganharam no corte, feito pelo computador, por lazer. Por que não fazer isso na região Noroeste? Por que não fazer parceria com Sesi e Senai? Por que não qualificar mão de obra? Temos a 44 que é segundo polo de modas do Brasil. Tem o polo moveleiro e não há mão de obra qualificada. O cooperativismo vai participar da nossa gestão. Para gerar renda. A prefeitura é omissa nisso. Estamos atrasados.