BARROSO

STF suspende portaria que proibia empresas de exigirem comprovante de vacinação

Barroso excluiu da exigência as pessoas que têm expressa contraindicação médica quanto às vacinas

STF suspende portaria que proibia empresas de exigirem comprovante de vacinação
STF suspende portaria que proibia empresas de exigirem comprovante de vacinação (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom - Agência Brasil)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, suspendeu a portaria do Ministério do Trabalho que proibia a demissão de não vacinados, por meio da exigência do comprovante de vacinação contra a Covid-19. A liminar atendeu pedido de vários partidos políticos.

Para o ministro, a presença de não vacinados na empresa configura ameaça à saúde dos demais, além de danos à segurança do meio. Ainda segundo ele, a exigência do comprovante não é discriminação.

“Na decisão, Barroso excluiu da exigência as pessoas que têm expressa contraindicação médica quanto às vacinas. Nesses casos, deve-se admitir a testagem periódica. Além disso, a demissão por justa causa deve ser adotada como última medida pelo empregador”, informou o perfil do STF pelas redes sociais.

Vale lembrar, em 1º de novembro o governo federal editou portaria contra demissões de trabalhadores que optem por não se vacinar contra a Covid-19. O ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, assinou a minuta na data.

Segundo a assessoria de comunicação do governo federal, “a exigência de comprovante de vacina de trabalhadores é inconstitucional — e, também, não faz sentido, pois os brasileiros aderiram à vacinação em massa”.

Em vídeo, Onyx afirma que a portaria deve ser publicada ainda nesta tarde. “Estabelece proteção para o trabalho no Brasil. Tivemos notícias de empresas e também de áreas do setor público que estão demitindo pessoas ou ameaçando de demissão, ou não contratação, para quem não apresentar o certificado de vacinação.”

Segundo ele, a Constituição e a CLT não fazem essa exigência. “Ao contrário, há livre arbítrio e decisão de foro íntimo da pessoa”, emenda.

Para o ministro, o governo Bolsonaro já fez um grande esforço para garantir a vacinação em massa. “Agora, a escolha de vacinar ou não depende apenas do cidadão ou cidadã. Isso tem que ser respeitado.”

Ele disse, ainda, que existem fórmulas para ajudar no combate à Covid, como a testagem. “Método de excelência para o controle da própria doença”, declara e finaliza: “Esse documento tem o único objetivo de preservar o direito à liberdade e as garantias ao trabalho, e acesso ao trabalho, de milhões de brasileiro.”