DEFESA

Rogério Cruz diz que decisão de criar taxa do lixo em Goiânia já está tomada

Segundo o prefeito Rogério Cruz, o texto da taxa de lixo é uma cópia da lei federal

Prefeito de Goiânia diz que não há inconstitucionalidade no projeto da taxa de lixo
Prefeito de Goiânia diz que não há inconstitucionalidade no projeto da taxa de lixo (Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)

Em entrevista à CBN nesta terça-feira, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) disse que a decisão de criar a taxa do lixo em Goiânia já está tomada, embora a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) o tenha alertado de que a existência de uma lei federal (no marco do saneamento básico) não o obrigaria a a adotar o imposto na Capital. Rogério afirma que a prefeitura precisa da injeção de mais dinheiro para implantar projetos de mobilidade relacionados ao lixo e ao saneamento.

“Goiânia não tem sustentabilidade na questão de lixo porque não tem condições [financeiras] para isso. A prefeitura paga a Comurg por meio de um contrato”, explica. “De toda forma, estamos trabalhando para que tenhamos a menor taxa possível”.

Em parecer entregue ao prefeito pelo presidente da entidade, Lúcio Flávio de Paiva, a OAB-GO diz que o projeto da prefeitura enviado à Câmara Municipal “padece de legalidade por não apresentar as alíquotas (porcentuais) de incidência da taxa.” O posicionamento foi manifesto após o Conselho Pleno da OAB-GO avaliar o projeto.

Os conselheiros seguiram o parecer da relatora, a conselheira Liz Marília Vecci, e foram unânimes ao formar a opinião instituicional sobre o tema.

A relatora argumentou que o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) “não é obrigado a instituir a taxa” porque a lei federal do Marco Regulatório de Saneamento assim determina. “Instituir tributo é uma competência do município que pode instituir, caso queira, mas não porque a União assim determinou”.

Prefeito sobre a taxa do lixo

Segundo Rogério, o texto é uma cópia da lei federal. “Então, se é inconstitucional, a briga é no Supremo Tribunal Federal (STF).” Ainda de acordo com ele, já conversou com o presidente da OAB-GO Lúcio Flávio, que enviará a demanda ao Conselho Federal da Ordem.

“Estamos aguardando, mas este estudo preciso enviar, pois existe um prazo e pode causar improbidade administrativa”, contraria a versão da OAB-GO de que ele não seria obrigado. “Mas trabalhamos para ter a menor taxa possível para que o cidadão goianiense não sofra”, alivia.

O prefeito diz que a taxa vai financiar não só a coleta, mas outros serviços relacionados ao lixo. “É questão de sustentabilidade, de criação de novas técnicas de separação de resíduos, a preocupação com o chorume… Hoje Goiânia não tem sustentabilidade com a questão de lixo”, argumenta.

Taxa do lixo

A prefeitura de Goiânia encaminhou o Projeto de Lei que cria a taxa do lixo para a Câmara Municipal em meados de julho deste ano. Se aprovada, a nova legislação irá permitir a cobrança de uma taxa juntamente com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em 2022.

A proposta do Paço Municipal é realizar a cobrança anualmente, de forma isolada ou em conjunto com o IPTU. Além disso, também será possível parcelar a taxa nos mesmos moldes do que é feito com o imposto atualmente. O órgão responsável pela administração tributária será responsável pelo lançamento da TLP no boleto do IPTU.