COLUNA DO JOÃO BOSCO BITTENCOURT

Vanderlan e Mabel são colocados lado a lado, no Fórum das Entidades Empresariais de Goiás

Senador reafirma pré-candidatura a prefeito de Goiânia

Vanderlan e Mabel: encontro em reunião no Fórum Empresarial (foto Kevin Lucas)

O pré-candidato à prefeitura de Goiânia, senador Vanderlan Cardoso, participou da reunião trimestral do Fórum das Entidades Empresariais de Goiás – FEE – na sede da Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB, durante a manhã desta segunda-feira (15). A reunião seria só mais uma, das que ocorrem a cada três meses, se não estivesse presente, além do senador Vanderlan, o também pré-candidato a prefeito, ex-deputado e presidente da Fieg Sandro Mabel. Os dois se sentaram em lugar de destaque na mesa, separados apenas pelo presidente da OCB, Luis Alberto Pereira. Também era esperado a participação do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, mas ele não apareceu. Vanderlan participou apenas da primeira parte da reunião. Na pauta, o trabalho no Senado Federal e, é claro, a campanha para a prefeitura de Goiânia.

Vanderlan e Mabel possuem perfis semelhantes, com vantagem para Vanderlan, que já foi prefeito e tem uma história bem sucedida em administrar uma cidade cheia de problemas e colocá-la em posição de destaque no estado (espera-se que o próximo prefeito faça o mesmo com Goiânia). Fora isso, ambos são empresários, ambos passaram pelo Congresso nacional, Mabel foi deputado federal e Vanderlan é senador, e ambos querem ser prefeito da capital.

O encontro na reunião não foi coincidência. A imprensa goiana noticiou, nos últimos dias, que o FEE está dividido em relação às pré-campanhas dos dois empresários, mas existe unanimidade de que, separados, quem perde é a entidade. Então o convite para que Vanderlan e Mabel participasse da mesma reunião tinha como pano de fundo a esperança de que pudesse haver o recuo de um dos dois, ali, para juntar forças em um dos nomes. O que não ocorreu.

Vanderlan, inclusive, emitiu nota na imprensa local, nesta segunda-feira, contestando a ideia de que o setor produtivo possa tentar fazer com que ele desista de sua candidatura para apoiar Sandro Mabel, a pedido do governador do estado. Ele diz que seria o mesmo que trocar o certo pelo duvidoso. “Não acredito que a classe empresarial tentaria me dissuadir da minha candidatura apenas para agradar o governador. Até porque as pesquisas indicam que sou eu quem realmente tem o apoio do eleitorado. Seria o mesmo que trocar o certo pelo duvidoso”, diz o senador.

O argumento usado por Mabel e por alguns outros personagens do cenário empresarial e político, é que Vanderlan é o senador que mais representa Goiás no cenário nacional, e quem mais atua de forma positiva no Senado, em benefício do estado, e que, por isso, é preferível que ele fique no Congresso. A resposta de Vanderlan foi bem direta. “No Senado tenho sido um grande aliado do setor empresarial, e na condição de prefeito poderei contribuir ainda com o desenvolvimento de Goiânia, especialmente nas áreas de serviços e comércio, que são pilares importantes para a indústria e grandes geradores de emprego e renda. Essa parceria estreita é fundamental para nossa visão de futuro, onde Goiânia pode se destacar ainda mais como um centro de inovação e oportunidades econômicas”, sentenciou.

Durante a reunião, o próprio Sandro Mabel verbalizou esse argumento, afirmando que Vanderlan é muito importante para Goiás no Senado Federal. Vanderlan foi rápido na resposta dizendo que, como prefeito de Goiânia, poderá trabalhar por todo o estado, uma vez que a capital atende diversas demandas do interior. Por fim o senador usou o mesmo argumento de Mabel. “Também ouço por aí que você não pode sair da presidência da Fieg, pois seria muito ruim para o estado, Sandro”, disse Vanderlan, arrancando risadas de todos os presentes.

O encontro entre os dois foi cordial, houve espaço para reafirmarem a amizade que existe entre os dois e também para apresentar alguns descontentamentos recentes. Mas o que fico de concreto é que os dois seguem firmes e separados na pré-campanha, e que um apoio só deve ocorrer mesmo no segundo turno.