Vanderlan: oposição comemora números da Covid para atacar governo Bolsonaro

Instalada na quarta-feira (28), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Senado, teve seu primeiro dia de trabalho nesta quinta (29) marcado por bate-boca. Ainda ontem, contudo, o senador Vanderlan Cardoso (PSD) disse que a CPI não traria benefícios diretos à população, além de ameaçar a agenda na corrida pelas vacinas, pela prevenção e tratamento do vírus.

“De olho em 2022, não duvido que tem gente na oposição que torce pelo vírus e até comemora números negativos só para atacar o governo”, completou Vanderlan. Apesar disso, ele afirma que, uma vez instalada a CPI, é hora de buscar resultados práticos na vacinação.

Vanderlan Cardoso chegou a assinar a CPI do senador Eduardo Girão (PSL-CE) – que incluía Estados e municípios na investigação de gastos com a pandemia, e surgiu como resposta ao requerimento de Randolfe Rodrigues (Rede-AP), cujo intuito era investigar gastos da União com a pandemia -, apesar de ser contra a comissão, no momento. No fim, algo misto foi instalado.

CPI da Covid

A CPI da Covid, como já era esperado, tem o senador Omar Aziz (PSD-AM) como presidente. A vice ficou com Randolfe Rodrigues (Rede-AP), enquanto a relatoria – a contragosto da base governista – ficou com Renan Calheiros (MDB-AL).

Vale lembrar, uma decisão liminar da da 2ª Vara da Justiça Federal de Brasília chegou a suspender eventual indicação do emedebista – a pedido da deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) -, contudo, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região suspendeu a mesma, nesta terça. O recurso foi impetrado pelo advogado-geral do Senado, Thomaz Gomma de Azevedo, alegando que o mérito deveria ser definido pelo Congresso e não judicialmente.

Renan, no discurso de instalação prometeu imparcialidade. “Não somos discípulos nem de Deltan Dallagnol e nem de Sergio Moro. Não arquitetaremos teses sem provas ou PowerPoints contra quem quer que seja.”

Derrota

Vale lembrar, o Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que a CPI da Covid protocolada pelo senador Randolfe Rodrigues, que investiga gastos da União com a pandemia, deveria ser instalada. A decisão foi acolhida após pedido dos senadores s Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (que estava no Cidadania). No último dia 12, contudo, uma conversa divulgada entre Kajuru e Bolsonaro (no fim de semana) mostrou o presidente insatisfeito com a decisão, xingando Randolfe e pedindo ao goiano para ampliar o escopo da CPI, para atingir prefeitos e governadores.

“Se você [Kajuru] não participa [da CPI], vem a canalhada lá do Randolfe Rodrigues para participar e vai começar a encher o saco. Daí, vou ter que sair na porrada com um bosta desses”, disse o presidente em áudio divulgado nesta manhã, na Rádio Bandeirantes. “Se não mudar a amplitude, a CPI vai simplesmente ouvir o Pazuello [ex-ministro da Saúde], ouvir gente nossa, para fazer um relatório sacana. Tem que fazer do limão uma limonada. Por enquanto, é um limão que tá aí. Dá para ser uma limonada”, disse, ainda, ao senador.

O resultado da exposição da conversa – e da reação do presidente, que acusou de traição e negou ter concordado com a divulgação do áudio, tese do goiano – foi o rompimento de Kajuru com Bolsonaro e o pedido do Cidadania para que o senador deixasse a legenda. Depois disso, Kajuru se filiou ao Podemos.