Vereador de Doverlândia investigado por enviar fotos íntimas a servidora renuncia ao mandato
"Me afasto para não trazer empecilhos na nossa administração pública. A Justiça ficará à vontade para apurar a denúncia que me fizeram"

Suspeito de enviar fotos e vídeos íntimos a uma servidora, o vereador por Doverlândia, Valdeir Alves de Sousa (Republicanos), renunciou ao cargo na quarta-feira (13). A Polícia Civil investiga o parlamentar.
A renúncia ocorreu durante sessão na Câmara Municipal e foi lida pela mesa diretora. Em carta enviada ao presidente da Casa, Mardemy José de Moraes (PT), ele agradeceu aos eleitores e disse que sai da gestão com o dever cumprido, “como sempre me doei em meu trabalho”.
“O mandato é do povo. Singelamente empresto minha voz e conhecimento adquirido graças aos esforços de meus pais”, emendou. Sobre o caso, ele não fez comentários. “Me afasto para não trazer empecilhos na nossa administração pública. A Justiça ficará à vontade para apurar a denúncia que me fizeram”, narra trecho da carta.
Deirim, como é conhecido, é casado e teria mandado “nudes” em duas ocasiões para a vítima, apesar dela pedir que ele não o fizesse. Inicialmente, ele teria dito a ela, conforme a polícia, que enviaria conversas com outra mulher. O parlamentar queria que ela verificasse se teria problema com a esposa.
Ele, então, enviou fotos e vídeos íntimos. Casada, ela pediu que ele não fizesse mais. Contudo, no último domingo (10), o então vereador teria mandado outras imagens e gravações, após uma confraternização da Câmara Municipal. O agora ex-parlamentar é investigado por assédio sexual.
Na terça-feira (12), a Câmara Municipal emitiu uma nota de repúdio. “Ao tomar conhecimento do fato, imediatamente o presidente da Câmara acompanhou a servidora até a Delegacia de Polícia e prestou toda a assistência necessária.”
O documento afirma, ainda, que a Casa aguarda as investigações e – naquele momento, antes da renúncia – estudava instaurar uma Comissão Processante para apurar a conduta do vereador. “Repudiamos toda e qualquer violência sexual contra mulher. (…) Em pleno século XXI, esta não é uma conduta adequada para qualquer cidadão, especialmente para quem ocupa cargo público.”
O Mais Goiás tentou contato com Deirim pelas redes sociais, mas não teve retorno. O portal também solicitou uma posição do presidente estadual do Republicanos, Roberto Naves.