Vereadora quer criar Medalha Olavo de Carvalho para homenagear intelectuais em Goiânia
A matéria ainda está em fase inicial de trâmite na casa legislativa e deve passar por apreciação em comissões
Tramita na Câmara Municipal projeto que quer criar Medalha Olavo de Carvalho para homenagear filósofos, educadores, e intelectuais em Goiânia. A matéria ainda está em fase inicial de trâmite na casa legislativa e deve passar por apreciação em comissões para ser votada pelos vereadores em plenário.
O projeto prevê que as medalhas sejam outorgadas durante a semana do dia 16 de agosto para comemorações do Dia do Filósofo. Além disso, considera educador todo aquele que educa, não necessariamente tendo vínculo com rede pública ou privada de ensido, e como filósofo “aquele que ama a sabedoria e a Verdade”, não sujeito a aprovação acadêmica.
A vereadora Gabriela Rodart (PTB), autora do projeto, lista o currículo de Olavo de Carvalho como justificativa para a entrega da medalha a intelectuais, educadores e filósofos goianienses. A parlamentar diz que o escritor defendia a interioridade humana contra a “tirania da autoridade coletiva”, sobretudo quando escorada numa “ideologia científica”.
“Contrastando com a imagem de rancoroso ferrabrás que seus adversários quiseram sobrepor à sua figura autêntica, Olavo de Carvalho é reconhecido (…) como homem de temperamento equilibrado e calmo mesmo nas situações mais difíceis, e como alma generosa capaz de levar às últimas consequências (…) o dom de amar, socorrer e perdoar”, diz o texto.
Guru do bolsonarismo
Considerado guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho morreu no dia 24 de janeiro, na Virgínia (EUA), onde estava hospitalizado. Discípulos dele chegaram a integrar o governo Jair Bolsonaro (PL) e eram considerados a ala mais extremista, como ex-ministro Abraham Weintraub (Educação), Ernesto Araújo (Itamaraty) e Ricardo Vélez (Educação).
O Felipe Moura Brasil é apenas um puxa-saco que trocou de saco.
— Olavo de Carvalho (@opropriolavo) November 6, 2019
Olavo de Carvalho foi considerado com o “parteiro” da extrema direita no Brasil. O escritor ganhou fama a partir de cursos online e do canal no YouTube, com mais de um milhão de inscritos, em que tratava de assuntos diversos como política, filosofia, costumes e moral. Apesar de pouca instrução formal, era considerado por seus seguidores um intelectual com grande cultura.
Cagadas do governo Bolsonaro: atacar os empresários de mídia, não os jornalistas um por um. Unir os inimigos em vez de dividi-los é ESTUPIDEZ IMPERDOÁVEL.
— Olavo de Carvalho (@opropriolavo) May 10, 2021
O escritor acumulou polêmicas por não medir palavras para tecer críticas, inclusive com uso de palavrões e ataques pessoais, além de informações enganosas. Também negou a pandemia de Sars-Cov-2 e depois defendeu a cloroquina para tratamento da Covid-19.
Dúvida cruel. O Vírus Mocoronga mata mesmo as pessoas ou só as ajuda a entrar nas estatísticas?
— Olavo de Carvalho (@opropriolavo) January 2, 2021
Na França o primeiro-ministro e o ministro da Saúde que vetaram a cloroquina perderam os cargos e respondem a processo. No Brasil, xingado de genocida é o presidente que, liberando a cloroquina, salvou milhares de vidas. Esse país é o paraíso da ignorância.
— Olavo de Carvalho (@opropriolavo) July 15, 2020