Após racha no PL, Vitor Hugo recua da disputa ao Senado e anuncia pré-candidatura a deputado federal
Esta coluna já havia mostrado no final de maio que Bolsonaro pediu para Vitor Hugo parar com as articulações ao Senado Federal
O vereador de Goiânia e ex-deputado federal Major Vitor Hugo (PL) anunciou nesta terça-feira (17) que desistiu de disputar uma vaga ao Senado em 2026. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, ele confirmou que será pré-candidato a deputado federal, decisão tomada após um pedido direto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O recuo acontece após semanas de crise interna no PL, que vinha enfrentando um verdadeiro racha entre a ala de Vitor Hugo e do deputado federal Gustavo Gayer e do senador Wilder Morais, com direito a ataques, insinuações de expulsão e críticas acentuadas por parte de Gayer. Tanto Wilder como Gayer comandam os diretórios estadual e municipal da sigla, respectivamente.
“Ontem [segunda-feira], conversamos, tivemos uma conversa muito franca”, disse Vitor Hugo, referindo-se ao diálogo com Bolsonaro. “O Bolsonaro me deu a missão, e a missão que ele me dá eu vou cumprir, de ser pré-candidato a deputado federal.”
Como já revelado pela coluna, Bolsonaro não gostou da exposição do racha no PL goiano e já havia pedido para que o vereador cessasse os movimentos e as articulações em torno da pré-candidatura ao Senado. Atualmente, Gayer é visto como nome “natural” para a primeira vaga enquanto o PL não crava quem ocupará a segunda cadeira. O grupo do deputado federal, contudo, não esconde insatisfação com o nome do vereador.
Apesar do mesmo grupo ligado a Gayer sugerir isolamento interno de Vitor Hugo o vereador mostrou que não está só e fez o anúncio ladeado por aliados. Estavam com ele o prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), o prefeito de Jataí, Geneilton Assis (PL), e a vereadora Nayara Barcellos, recordista de votos em Jataí.
“Eu fui um soldado da direita e um soldado do presidente Bolsonaro ao longo de toda a minha história política”, declarou. No discurso, Vitor Hugo recordou passagens da sua trajetória, incluindo a liderança do governo Bolsonaro na Câmara e sua candidatura ao governo de Goiás em 2022. “Eu não tenho apego a cargo. Se eu tivesse, não teria me candidatado a vereador agora, depois de ter tido quase meio milhão de votos para o governo.” Na prática, Gustavo Gayer venceu a “queda de braço” contra o vereador.