Comportamento

Segundo pesquisa da USP, ‘grupo da família’ é maior vetor de notícias falsas

Segundo pesquisa da USP, metade das notícias falsas e boatos falsos que circularam sobre a…

Segundo pesquisa da USP, metade das notícias falsas e boatos falsos que circularam sobre a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada no dia 14 de março, se espalharam via grupos de família do WhatsApp.

A pesquisa foi feita pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital com as respostas de 2.520 pessoas através de um questionário online. Segundo a BBC Brasil, após a análise dos dados, os pesquisadores chegaram a 1.145 pessoas que disseram ter recebido textos falsos, como a notícia de que a vereadora era ex-mulher do traficante Marcinho VP ou que havia engravidado aos 16 anos.

Cerca de 51% dos participantes disseram ter recebido estas mensagens falsas através dos grupos de família. Os pesquisadores não conseguiram traçar a origem das correntes de notícias falsas, mas identificaram seu padrão de distribuição: elas se espalharam do WhatsApp e, só daí, foram parar em outras redes, como o Twitter e o Facebook.

A conclusão é de que notícias falsas e correntes se espalham mais facilmente pelo WhatsApp por ser um aplicativo mensageiro, com conversas privadas, ao contrário de perfis públicos como os presentes no Facebook. O resultado é que menos pessoas ficam inclinadas a conferir a veracidade do que recebem, assim como é mais difícil alguém questionar o conteúdo das mensagens.

Os pesquisadores também demonstraram preocupação com as eleições deste ano. Por ter este formato hermético, é difícil mensurar o impacto e o alcance de notícias falsas disseminadas pelo WhatsApp. E o estrago pode ser grande:segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, 94,5% dos usuários de internet no Brasil trocam mensagens pelo WhatsApp.