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‘Good Times’: Showrunner do reboot animado da Netflix defende série das péssimas críticas

Série animada é um reboot da sitcom homônima dos anos 70

O reboot animado de
(Foto: Netflix)

O reboot animado de “Good Times” da Netflix atraiu a ira do público e de organizações norte-americanas como a NAACP por suas representações estereotipadas de afro-americanos desde que seu trailer foi lançado pela primeira vez em 27 de março. Nesse mesmo dia, uma petição da Change.org, que reuniu cerca de 5.000 assinaturas, foi lançado pedindo aos telespectadores que boicotassem o novo programa que “promove a violência, a destruição da cultura da comunidade negra e o abuso de álcool”, escreveu o criador da petição.

A showrunner Ranada Shepard entende a reação instintiva.

“Você não viu JB [Smoove] e Yvette [Nicole Brown] e Marsai [Martin] e Jay Pharoah e Slink Johnson em sofás por toda a América, o que normalmente acontece quando você está lançando um show. Não houve nenhum enquadramento que o público tivesse, foi apenas: Assista isso e forme uma opinião. E eles assistiram e formaram uma opinião”, disse Shepard ao THR na conversa abaixo.

Shepard substituiu o showrunner original Carl Jones no desenvolvimento da nova versão da sitcom original da CBS produzida por Norman Lear, que estreou há 50 anos em 1974. O falecido Lear (que faz uma participação especial no episódio oito) continua sendo o produtor-executivo do reboot animado, que lançou todos os seus 10 episódios na Netflix em 12 de abril.

Falando com o The Hollywood Reporter quase duas semanas depois que os espectadores tiveram a chance de assistir a série inteira, Shepard disse: “Sempre estive enraizada [no fato de] que entendo se isso for chocante. Porque o que você precisava era de alguém para dizer a todos: ‘Eu sei que você está acostumado com a sitcom tranquila, mas isso não é apenas um reboot, é um gênero diferente que exige que seja barulhento e ofensivo, com piadas duras e inapropriadas.’ Sem esse tipo de enquadramento”, acrescenta Shepard, “você nunca pode culpar o público e eu nunca o faria”.

REVOLTA NAS REDES SOCIAIS

Apesar dos apelos da mídia social de Nicole Brown – que estrela como a voz da matriarca Beverly – para assistir todos os 10 episódios antes de formar uma opinião, a audiência pouco fez para reprimir as reações negativas às várias escolhas relativas à narrativa do programa. Ou seja, o uso da palavra N (neager, em inglês) e a apresentação de Dalvin como um bebê traficante de drogas. Alguns também questionaram os responsáveis por tomar decisões na série – como os produtores-executivos Seth MacFarlane e Steph Curry.

“Seth MacFarlane nunca escreveu uma palavra de nenhum desses roteiros”, diz Shepard. “Isso fala em educar o público e, novamente, isso é algo sobre o qual poderíamos conversar nos sofás. Os produtores executivos, Seth MacFarlane, Steph Curry e Norman Lear – eles não escreveram.”