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Advogado cadeirante precisa ser carregado para registrar voto em Goiânia; vídeo

Um advogado cadeirante precisou ser carregado por familiares, vizinho e policiais militares para conseguir registrar…

Cadeirante, advogado precisou ser carregado para acessar seção eleitoral e também para voltar ao térreo. Segundo ele, situação foi humilhante (Foto: reprodução/Arquivo pessoal)
Cadeirante, advogado precisou ser carregado para acessar seção eleitoral e também para voltar ao térreo. Segundo ele, situação foi humilhante (Foto: reprodução/Arquivo pessoal)

Um advogado cadeirante precisou ser carregado por familiares, vizinho e policiais militares para conseguir registrar seus votos na manhã deste domingo (15), em um colégio eleitoral do Setor Bueno, em Goiânia. Mesmo registrado no Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) como pessoa com deficiência, ele foi distribuído para uma seção disposta no segundo pavimento do prédio em questão, o qual só é possível acessar por meio de escadaria ou elevador, que estava sem funcionar.

O detalhe é que no aplicativo e-título, da Justiça Eleitoral, a seção à qual Hebert Batista Alves foi designado aparece como a mais acessível para pessoas com deficiência no citado colégio. No entanto, o advogado pode testemunhar o funcionamento de seções eleitorais em funcionamento no térreo, onde ele conseguiria ter acesso sem a ajuda de terceiros. Não foi o que aconteceu.

Print do aplicativo e-título em que TRE aponta que seção de Advogado cadeirante era a mais acessível do colégio (Foto: reprodução)

Print do aplicativo e-título em que TRE aponta que seção de Advogado cadeirante era a mais acessível do colégio (Foto: reprodução)

“Cheguei ao colégio por volta das 7h30, mas o elevador não estava funcionando. Voltei para minha residência, entrei em contato com o TRE para solicitar mudança de sessão e aguardei resposta. Como não recebi nenhuma ligação, voltei para o colégio acompanhado da minha esposa e filho para ver se conseguia subir. Lá encontrei um vizinho que se prontificou a me ajudar, junto com meus familiares e policiais militares”, revela.

De acordo com Hebert, assim que terminou de votar e desceu, carregado, ao térreo, ele recebeu uma ligação do Tribunal para que agendasse um horário para votação. A situação foi registrada em vídeo. “Se dispuseram a descer todo o equipamento da minha seção ao térreo para que eu pudesse ter acesso. Agradeci, mas comuniquei que já tinha votado e deixei o meu protesto de que não precisaria ter sido carregado caso tivesse sido designado a uma seção no térreo”.

Hebert faz gesto de vitória após conseguir registra voto em Goiânia (Foto: divulgação/Arquivo pessoal)

Hebert, que luta pelos direitos da pessoa com deficiência, faz gesto de vitória após conseguir registrar voto em Goiânia (Foto: divulgação/Arquivo) pessoal)

Veja o momento em que Hebert era carregado de volta ao térreo:

O Mais Goiás solicitou posicionamento do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás e aguarda retorno.

Humilhação

Para Hebert, a situação foi desnecessária e humilhante. “Me senti impotente, humilhado e exposto na frente de tantas pessoas quando buscava cumprir minha obrigação de cidadão. Não tenho o movimento das pernas a escada era uma barreira intransponível, o que eu podia fazer?”, questiona. O advogado, porém, ainda não decidiu se irá adotar procedimentos jurídicos em relação à situação. “Fiz uma reclamação verbal, deixei registrado também na comissão estadual da OAB que luta pelos direitos da pessoa com deficiência, mas ainda não decidi se vou buscar a Justiça”.

Segundo ele, problemas desse tipo acontecem porque pessoas com deficiência carecem de representatividade política nos espaços de poder. “Não temos representantes para lutar por nossos direitos e uma coisa dessas acontece justamente quando a gente faz uma mobilização para tentar eleger alguém nesse sentido”, sublinha.

A Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (CDPCD/OAB-GO) emitiu publicou vídeos com declarações de hebert e uma nota a respeito do assunto nas redes sociais. Confira:

 

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Uma publicação compartilhada por Comissão dos Direitos PCD-GO (@cdpcd.oabgo)