Agressão contra Mateus Ferreira e o homicídio de Robertinho serão apurados com seriedade, afirma Ricardo Balestreri

A apuração dos fatos que envolvem a agressão contra o estudante Mateus Ferreira, de 32 anos, e a invasão da residência e assassinato do adolescente Roberto Campos da Silva, de 16 anos, serão acompanhados de perto pelo secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP), Ricardo Balestreri.

“Estou neste cargo há um mês e 20 dias e herdei problemas culturais e históricos. Estamos tristes com estes fatos. Este tipo de conduta não é padrão das polícias de Goiás e não representa a instituição. Se for provado que os policiais supostamente envolvidos são culpados, vou garantir que sejam punidos”, disse Balestreri em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (2).

O secretário afirmou que tem interesse em fazer destes casos exemplos para o futuro. Balestreri elogiou a Polícia Militar diversas vezes e destacou que é preciso admitir falhas sem desprestigiar a instituição. “Dizer que desvios não existem é demagogia. Vou garantir que os fatos sejam apurados com seriedade”, reiterou o secretário.

Uso da força

Na oportunidade, Balestreri divulgou uma série de medidas que têm objetivo de aperfeiçoar as ações das forças policiais do Estado e avançar na promoção de segurança pública com cidadania. Entre elas está a capacitação permanente para uso racional e proporcional da força pelos policiais.

“Grupos especializados precisam agir em caso de atos de violência em multidões, e não os policiais de batalhões comuns. Aqui em Goiás, este grupo é o Choque, que acompanhará manifestações no Estado daqui para frente. O procedimento padrão é imobilizar e conduzir”, explicou Balestreri.

O secretário ainda lembrou que é função da PM impedir atos de violência em qualquer situação, inclusive em protestos e é impossível não causar lesões superficiais ao imobilizar uma pessoa, “nada comparado com o que aconteceu com o Mateus, claro”.

Além disso, a SSPAP vai apresentar nos próximos dias o Código de Ética da Polícia Militar. Segundo o secretário, o texto está sendo desenvolvido há meses pela corporação e não apenas para esta ocasião. Também foi solicitado com urgência um levantamento de quais equipamentos não-letais estão em falta para a PM.

Formação

O secretário também destacou a capacitação permanente em mediação de conflitos e cidadania, que deve formar entre 700 a mil líderes em todo o Estado. “É preciso ter uma mudança de cultura em relação à ação policial. Sabemos que vamos encontrar resistência em um grupo pequeno, mas é necessário. É preciso capacitar nossos policiais quanto à resistência emocional também. Ele vai ser provocado, mas precisa ter em mente que não pode perder o controle”, disse Balestreri.

Por fim, o secretário assinou uma portaria que determina a criação de uma Câmara Técnica para analisar, estudar e estabelecer normas para regulamentar as Atividades de Inteligência da Polícia Militar. O grupo terá membros da SSPAP, Academia Estadual de Segurança Pública e PM.