JUDICIÁRIO

Alexandre de Moraes: ‘querem transformar o STF numa Revista Caras’

Alexandre de Moraes criticou órgãos de imprensa dedicados a registrar "luxos" nos artigos de vestuário dos ministros do STF

Alexandre de Moraes: tentativa de fazer STF virar uma Caras (Foto: Divulgação)
Alexandre de Moraes: tentativa de fazer STF virar uma Caras (Foto: Divulgação)

Durante sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (6), o ministro Alexandre de Moraes ironizou órgãos de imprensa pela maneira como tentam retratar os integrantes da Corte, exibindo “luxos”.

“Ministro [Luiz] Fux, alguns querem transformar o Supremo em uma revista Caras, então tiram foto da minha gravata, do terno do ministro Flávio Dino, querem fazer intriga”, disse Moraes.

Uma dessas reportagens foi publicada pelo jornal Gazeta do Povo. O texto, que foi ao ar no dia 05 de abril de 2025, afirmava o seguinte: “Ao que tudo indica, os itens nos quais os integrantes do STF mais gastam são os relógios de grife. Gilmar Mendes chega a usar dois relógios — um em cada braço”. Sobre Alexandre de Moraes, o jornal disse que viu ele usando um relógio Patek Philippe Nautilus (que custa R$ 445 mil usado).

“Com o auxílio de ferramentas de inteligência artificial que reconhecem itens de grife, identificamos alguns dos objetos usados recentemente pelos ministros da corte (e o valor aproximado de cada um). Os preços informados nesta reportagem se baseiam no valor cobrado por esses produtos em sites na internet. Em muitos casos, a única referência monetária é o valor em dólar, que foi convertido para real”, seguia a reportagem.

STF: a gravata de Gilmar Mendes

O jornal também “denunciou” a gravata de Gilmar Mendes, supostamente de marca Ferragamo Gancini e avaliada em R$ 960. “A gravata de tons leves, como a personalidade de Gilmar Mendes, é 100% de seda e foi fabricada na Itália. A Ferragamo é uma das companhias mais tradicionais do ramo no mundo. É o que os estudiosos chamam de ‘valor intangível'”.

A respeito de Luís Roberto Barroso, o presidente da Corte, o comentário foi sobre um relógio Rolex Daytona (ouro 18 quilates) que ele usava durante reunião com entidades médicas, em 2024. “ste relógio analógico, feito com ouro, brilha mais que as ideias do Iluminismo. Em caso de emergência, ele pode ser usado como moeda de troca por uma quitinete em alguma cidade brasileira”, dizia o texto.

O ministro Dias Toffoli foi mencionado em razão de um par de sapatos Zegna Triple Stich, que custa R$ 6,3 mil, e que ele usava durante uma reunião com indígenas no Paraná. “Ao lado de indígenas com tênis surrados e chinelos, ele usou um par de sapatos que custam quatro salários mínimos. Por outro lado, os indígenas provavelmente ficaram felizes de saber que o produto foi feito com material reciclado”.

STF: Cármen Lúcia e Cristiano Zanin

Classificada como uma das ministras mais discretas do STF, Cármen Lúcia foi notada em razão de um broche de prata importado de Israel, que ela usou em uma sessão plenária e que custa R$ 590. O broche foi chamado de “vintage”.

Cristiano Zanin, um dos últimos ministros a serem nomeados, foi fotografado com um Rolex Datejust de R$ 67,8 mil. “Um dos destaques desse modelo é o fato de as horas serem indicadas por algarismos romanos”, afirmou o jornal.

Por fim, a Gazeta do Povo mencionou a garava Hermès de Alexandre de Moraes, avaliada em R$ 1,3 mil. “A estampa desta gravata, produzida por uma das marcas mais tradicionais do ramo, mostra cavalos saltitando, alegres. O preço é alto, mas a opção por marcas de luxo livra Alexandre de Moraes de encontrar brasileiros comuns nas lojas de departamento”.

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