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Cão ferido em queda de avião de goianos em Ubatuba mobiliza moradores

Vira-lata teve olhos e focinho queimados e conta com vaquinha da população do litoral

Cão ferido em queda de avião de goianos em Ubatuba mobiliza moradores Vira-lata teve olhos e focinho queimados
Foto: Rafaela Araújo/Folhapress

Com os olhos queimados e o focinho ainda em pele viva, Branquelo, um cachorro vira-lata, se recupera de um susto. Os machucados são do dia da queda de um avião com uma família goiana – a aeronave explodiu ao tentar aterrissar no Aeroporto Estadual de Ubatuba, litoral de São Paulo. Na hora do acidente, o vira-lata estava no meio da confusão.

O avião de pequeno porte tentou pousar, ultrapassou a pista e explodiu na praia do Cruzeiro, no dia 9 de janeiro. O piloto da aeronave morreu, e os quatro passageiros, um casal e duas crianças, ficaram feridos. A empresária Mireylle Fries recebeu alta da UTI e foi para um quarto do hospital Sírio-Libanês nesta quarta-feira (22).

Além de pessoas que ajudaram a retirar a família que sobreviveu ao acidente, no local do acidente estava Branquelo, que tinha sido adotado pelos trabalhadores de um parque de diversões a três quadras dali.

Após o acidente, o cão se escondeu no terreno onde vive. Foi só à noite que os funcionários do parque viram os ferimentos de Branquelo, que ficou com os olhos, o focinho e pelos queimados. O animal gemia de dor.

“Ele vivia solto, a gente vinha trabalhar, ele nos seguia e nos esperava para voltar para casa. Na hora que o avião caiu, ele tava passeando”, lembra William Antonio. “Depois do acidente, achei que não tinha acontecido nada, que só tinha se assustado. Só voltei a vê-lo a noite.”

No dia seguinte, William levou o cachorro para o veterinário. “Eu expliquei que não tinha condições de arcar com um tratamento, mas queria salvar a visão dele”, diz.

Agora, Branquelo usa um cone para ajudar na recuperação. O cão ainda enxerga apenas em um olho. “Sabemos que as chamas atingiram a córnea dele. Ele estava com úlcera de córnea nos dois olhos”, explica a veterinária Alice Soares.

O tratamento teve um custo alto e, com a impossibilidade de William arcar com as despesas, Alice criou uma vaquinha online, que em poucos dias juntou R$ 6 mil para ajudar nas despesas como remédios e exames.

O valor, ela conta, ultrapassa o necessário para cobrir as despesas de Branquelo, por isso deve ser destinado para ajudar outra cachorrinha que vivia com ele. “Ela também precisava de cuidados, estava infestada de carrapato, precisava de consulta, exame de sangue, vacinas”, relata a veterinária, que presta contas do uso da verba na página do Instagram.

Agora, além do tratamento, Branquelo também vai poder ser castrado e receber vacinas.

*Via Folha de São Paulo