Correios estuda transferência de patrimônio a estatal para viabilizar plano de reestruturação
A medida tem o objetivo de acelerar a venda dos imóveis e gerar recursos imediatos
Os Correios estudam transferir parte de seu patrimônio imobiliário para a Emgea, estatal responsável pela gestão de ativos da União. A medida, discutida desde o fim de outubro entre as duas empresas, tem o objetivo de acelerar a venda dos imóveis e gerar recursos imediatos para reforçar o caixa. A iniciativa pode integrar o plano de reestruturação da companhia, etapa vista como essencial para a contratação de R$ 20 bilhões em empréstimos previstos para este ano e para 2026.
A Emgea foi criada em 2001 para administrar créditos habitacionais de elevada inadimplência da Caixa e hoje tem como principal ativo os créditos do FCVS. Em 2023, a empresa recebeu R$ 5,1 bilhões do fundo e acumulou, até junho deste ano, um caixa de R$ 2,6 bilhões. É essa reserva que poderá ser utilizada para antecipar parte do valor referente aos imóveis repassados pelos Correios. O modelo prevê que a Emgea pague entre 20 por cento e 30 por cento da avaliação inicial e, posteriormente, venda os imóveis de forma direta ou por meio de fundos imobiliários.
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Caso as vendas sejam concluídas por valores superiores ao estimado, a Emgea ficaria com uma parcela do ganho, funcionando como comissão por performance. Os Correios também poderiam receber recursos adicionais conforme o andamento das operações. A expectativa é que imóveis avaliados entre R$ 300 milhões e R$ 500 milhões sejam incluídos na primeira etapa da operação, embora ainda não haja estimativa precisa de arrecadação, já que a seleção dos ativos continua em análise.
Em nota à Folha de São Paulo, os Correios afirmaram que o plano de reestruturação “contempla um programa de desinvestimento de ativos da empresa que hoje não têm uso ótimo”. A estatal informou ainda que sua carteira de imóveis está sendo avaliada para definir valores de mercado e verificar a possibilidade de inclusão em fundos imobiliários ou “outras soluções que permitam a alienação de imóveis ociosos”. A Emgea não comentou o assunto até a publicação do texto.
A direção dos Correios pretende concluir os detalhes da reestruturação nas próximas duas semanas, prazo que também vale para a nova rodada de negociações sobre o empréstimo de R$ 20 bilhões. A companhia busca atrair mais bancos e reduzir o custo do financiamento, depois que uma primeira oferta com quatro instituições foi considerada onerosa, apesar da garantia soberana oferecida pela União.
Com informações da Folha de São Paulo