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Goiás tem queda de 50,6% em exportação de carne bovina com base em outubro de 2020 e 2021

No acumulado dos dez primeiros meses dos dois anos, Estado teve crescimento, apesar do embargo chinês

Goiás tem queda de 50,6% em exportação de carne bovina com base em outubro de 2020 e 2021
Goiás tem queda de 50,6% em exportação de carne bovina com base em outubro de 2020 e 2021 (Foto: Agência Brasil)

Se o volume de exportações de carne bovina do Brasil caiu 43% em outubro, se comparado ao mesmo período do ano passado, em Goiás essa queda foi 50,6%. Em toneladas, o Estado exportou 30.439,8 em outubro de 2020 e 15.051,2 no mesmo mês, em 2021 – em dólares, US$ 130 milhões e US$ 75 milhões, respectivamente.

O levantamento é da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a pedido do Mais Goiás, e demonstra uma queda possivelmente relacionada ao veto chinês à carne bovina do Brasil há dois meses. Os dados revelam que, de janeiro a outubro (de 2020 e de 2021), houve variação positiva de 1,14%, o que demonstra que a China ampliou as compras nos primeiros meses do ano. Em recursos, o aumento foi de 22% (US$ 967.981.638 em 2020 contra US$ 1.181.320.224 em 2021).

De fato, segundo os números da Seapa, considerando os dez primeiros meses do ano, a China foi o maior comprador do Estado (US$ 737.763.686), muito à frente do segundo, Hong Kong (US$ 61.689.541). Porém, no mês de outubro de 2021 o país sequer aparece entre os cinco primeiros. No período, o Chile lidera (US$ 11,3 milhões), seguido pelos Estados Unidos (US$ 10,2 milhões) e Egito (US$ 6,9 milhões).

Seapa, Goiás

José Ricardo Caixeta Ramos, superintendente de Engenharia Agrícola e Desenvolvimento Social da Seapa, diz ser “inegável que a redução das compras da China tem um impacto importante para o pecuarista brasileiro que trabalha com gado de corte, e não é diferente em Goiás. Esse impacto começou a ser sentido mais fortemente no mês de outubro, como mostram os dados de exportações divulgados pelo Governo Federal”.

Apesar disso, ele afirma que a expectativa é positiva, por se tratar de uma questão pontual por dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina fora de Goiás (Vaca Louca). “O Estado está fazendo a sua parte, mantendo altos padrões produtivos na cadeia da carne, sobretudo no que tange ao controle sanitário, tanto é que continua exportando para outros países igualmente rigorosos em questões sanitárias, como os Estados Unidos”, observa.

Por fim, ele reforça que a China é a maior compradora do agronegócio goiano como um todo. “Ou seja, reconhece o trabalho do nosso produtor”, diz e complementa: “Queremos que volte a consumir nossa carne em maior quantidade. Mas não vamos ficar parados. Vamos reforçar o trabalho com o mercado interno e buscar outros mercados.”

Brasil

Segundo a a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), o veto da China às exportações de carne bovina do Brasil fez o volume de envio desse produto ao exterior cair em 43% em outubro, se comparado ao mesmo mês do ano passado. A Abrafrigo informou, ainda, que 108 mil toneladas de carne foram vendidas pelo Brasil em outubro deste ano contra 190 mil toneladas, em outubro de 2020.

Em relação a receita, a queda foi de 31%: caiu de US$ 790 milhões para US$ 541 milhões na comparação dos períodos. A China é o principal comprador de caner bovina do Brasil. Representa 60% dos embarques feitos nos portos brasileiros.

Embargo da China

A China embargou a carne bovina brasileira, no começo de setembro, após a confirmação da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de dois casos de “mal da vaca louca” – Encefalopatia Espongiforme Bovina.

Os casos foram descobertos em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG). Destaca-se, foram o quarto e quinto registros em 23 anos.