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Guedes é condenado a pagar R$ 50 mil por chamar servidores de ‘parasitas’

Uma decisão judicial determinou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, deverá pagar indenização de…

Após Moro sair, crise no governo pressiona Guedes
(Foto: Fábio Pozzebom/Agência Brasil)

Uma decisão judicial determinou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, deverá pagar indenização de R$ 50 mil ao Sindicato dos Policiais Federais da Bahia (Sindipol-BA) por ter comparado servidores públicos a parasitas.

Em fevereiro deste ano, ao comentar as reformas administrativas propostas pelo governo, Guedes criticou o reajuste anual dos servidores e afirmou que eles já têm privilégios, como a estabilidade no emprego e “aposentadoria generosa”.

“O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático”, declarou. À época, a assessoria de imprensa do Ministério da Economia disse que a comparação feita pelo ministro se tratava de uma situação específica, que foi “retirada de contexto pela imprensa”.

Durante uma entrevista em maio, Paulo Guedes pediu aos governadores e prefeitos que não concedam aumento ao funcionalismo público com os recursos extraordinários que estão sendo repassados pela União.

“Por favor, enquanto o Brasil está de joelhos, nocauteado, tentando se reerguer, não assaltem o Brasil. Não permitam que as despesas extraordinárias que estamos dando de boa fé para ajudar a guerra da saúde vire aumento de funcionalismo. Por que aí despesas que eram transitórias viram permanentes”, disse.

O sindicato baiano havia apresentado uma ação de reparação por dano moral coletivo contra o ministro em maio. A juíza federal Cláudia da Costa Tourinho Scarpa, considerou que houve insulto por parte do ministro. “No exercício do seu direito à liberdade de expressão, insultou os servidores públicos. Ele os comparou a ‘parasitas’, pediu que eles ‘não assaltem o Brasil, quando o gigante está de joelhos’ e afirmou que eles ficam em casa ‘com geladeira cheia’”.

A decisão determinou o pagamento no valor de R$ 50 mil, “em virtude da violação aos direitos da personalidade dos integrantes da categoria profissional representada por este ente sindical, por meio dos seus pronunciamentos”.

Segundo o sindicato, o dinheiro pago pelo ministro será doado ao Hospital Santo Antônio, que pertence às Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), e ao Hospital Aristides Maltez, que são organizações sem fins lucrativos de Salvador e que estão à frente no combate à pandemia do novo coronavírus. Ainda cabe recurso da sentença.

O ministro ainda não se pronunciou sobre a decisão.

*Com informações do Congresso Em Foco