Crise

Magazine Luiza anuncia que irá cortar salários de executivos e funcionários

O Magazine Luiza anunciou nesta terça-feira uma série de medidas para superar a crise provocada…

O Magazine Luiza anunciou que irá cortar salários de executivos e funcionários para superar a crise provocada pelo novo coronavírus (Foto: Reprodução)
O Magazine Luiza anunciou que irá cortar salários de executivos e funcionários para superar a crise provocada pelo novo coronavírus (Foto: Reprodução)

O Magazine Luiza anunciou nesta terça-feira uma série de medidas para superar a crise provocada pelo novo coronavírus. Entre elas está a adoção da MP 936, que permite a suspensão de contratos e cortes de salários e jornadas de trabalho, além da redução dos salários dos executivos e a captação de R$ 800 milhões por meio de uma emissão de debêntures.

“Para cumprir nosso objetivo de não fazer demissões por conta da crise do coronavírus, lançaremos mão da Medida Provisória 936/2020”, informou a companhia, em comunicado divulgado para investidores. “Estamos fazendo um capacity planning (planejamento da capacidade necessária para atender a demanda) exaustivo para os próximos meses, a fim de determinar a abrangência e as modalidades dos instrumentos previstos na MP que serão aplicados”.

Após o fechamento de todas as mais de mil lojas físicas da rede, “mais de 20 mil funcionários tiveram suas férias antecipadas e pagas”, informou a empresa, que reconhece “pressa”, mas garante que o retorno das operações só ocorrerá com a “absoluta segurança de que essa é a decisão certa a ser tomada, naquele lugar, naquelas circunstâncias”.

No lado dos executivos, o Magalu decidiu reduzir em 80%, por um período de três meses, os salários do diretor executivo e do vice-presidente de operações. Os vencimentos dos 12 diretores executivos serão cortados em 50%, mesmo percentual de redução aplicado para os sete membros do Conselho de Administração. Para os demais diretores, o corte será de 25%.

R$ 7 bilhões em caixa
No comunicado assinado pelo diretor financeiro e de relações com investidores, Roberto Bellissimo Rodrigues, a companhia garante ter “reservas de segurança para atravessar a tempestade”, já que terminou o exercício de 2019 com cerca de R$ 7 bilhões em caixa. Mesmo assim, o Conselho de Administração autorizou a captação de mais R$ 800 milhões.

“Ainda que confortáveis do ponto de vista de liquidez, é dever da liderança da empresa preservar ao máximo o caixa da empresa — tanto por não termos uma visão clara da dimensão e da extensão da atual crise, quanto para estarmos financeiramente preparados para a retomada econômica e as oportunidades de negócios que surgirão com ela”, disse a empresa, no comunicado.

A empresa aproveitou a oportunidade para dar publicidade às medidas protetivas e filantrópicas adotadas por conta da pandemia. Em março, as famílias Trajano e Garcia, controladoras do grupo, anunciaram a doação de R$ 10 milhões para a compra de equipamentos hospitalares.

O auxílio-creche pago a cerca de 5,5 mil funcionárias com filhos de até 10 anos foi dobrado, e as equipes de logística e distribuição, que continuam trabalhando, receberam aumentos salariais.

Para os acionistas, o Magalu informa o adiamento das Assembleias Gerais Ordinária e Extraordinária para o fim de julho, e da divulgação dos resultados do primeiro trimestre, que estava prevista para 7 de maio, para o fim do mesmo mês.