ECONOMIA

Em Goiás, 1032 empresas fecharam as portas em agosto

Quando a crise aperta e as condições se mostram insuficientes, uma das “soluções” mais amargas…

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Quando a crise aperta e as condições se mostram insuficientes, uma das “soluções” mais amargas e procuradas pelos empresários é, literalmente, baixar as portas. Em Goiás, num cenário de desequilíbrio econômico provocado pela pandemia do novo coronavírus, o fenômeno já foi notado e contabilizado. De acordo com relatório da Junta Comercial de Goiás (Juceg), 1.032 empresas foram extintas só no mês de agosto. Em uma média feita somente com dias úteis, é o equivalente a 49 empresas fechadas por dia.

De janeiro a agosto deste ano, conforme a Juceg, um total de 8.536 empresas foram extintas, sendo o mês com mais fechamentos em janeiro: 1.283. As empresas de natureza jurídica Sociedade empresária limitada foram as mais afetadas em 2020, com um registro de 3.743 fechamentos.

Em contrapartida, o estado também registrou um alto número de abertura de empresas. Segundo o relatório da Juceg, foram 16.610 aberturas em 2020, com 2.558 apenas em agosto. Assim como as extintas, as empresas de natureza jurídica Sociedade empresária limitada foram as que mais nasceram: 8.624 no total.

Tentativa de sobrevivência dos dois lados

Para o doutor em Economia e professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Everton Rosa, o momento “justifica a abertura de muitas empresas, na tentativa de buscar meios para enfrentar a crise”. “Parece que abrir uma empresa sozinho, seja com responsabilidade limitada ou ilimitada, é a comprovação disso”, diz.

De acordo com Everton, o número maior de abertura de empresas de natureza limitada é uma “forma de empreender evitando um risco maior em caso de insucesso”. Entretanto, segundo o professor, “chama a atenção justamente o fechamento nos pequenos negócios, que normalmente são os que mais empregam, como comércios, lanchonetes, restaurantes, lojas”.

Numa análise abrangente, Everton diz enxergar tanto o número de constituições quanto o de extinções empresariais como uma “tentativa de sobrevivência, complementação de renda”.

Menor tempo de espera

Para quem está no grupo daqueles que pretendem abrir, e não fechar, uma empresa, uma boa notícia. De acordo o boletim do Mapa de Empresas, do Ministério da Economia, referente ao 2º quadrimestre de 2020, o estado de Goiás é o que conta com o menor tempo para se abrir uma empresa em todo o país.

Conforme o boletim da pasta federal, o prazo médio para se abrir uma empresa em Goiás é de 1 dia e uma hora e representa uma variação de menos 11 horas em relação ao 2º quadrimestre deste ano.

Abaixo de Goiás, estão o Distrito Federal, com 1 dia 2 duas horas; o Mato Grosso, com 1 dia e 10 horas; Sergipe, com 1 dia e 10 horas e o Mato Grosso do Sul, com 1 dia e 13 horas de tempo médio para abertura de empresa.