CRISE

Escassez de matéria-prima afetará indústria goiana até 2021, diz Fieg

Uma pesquisa feita pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) em parceria com…

Uma pesquisa feita pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que 36,7% das indústrias sondadas estão com dificuldade para atender às demandas dos clientes. O problema se deve á uma escassez de insumos provocada pela paralisação de setores industrias durante a pandemia. E conforme a economista da Fieg, Januária Guedes, os impactos sobre a produção industrial em Goiás deve se estender além de 2020.

Conforme o levantamento da Fieg, em outubro, 63,5% das empresas sondadas afirmaram ter muita ou alguma dificuldade, ainda que pagando mais caro por esses insumos. Em setembro esse percentual era de 54,5%. Estratificando por porte, as médias empresas se mostraram as mais impactadas, 76% das empresas de médio porte afirmaram sentir essa dificuldade.

De acordo com Januária, a explicação está na retomada de consumo da população, passado o período mais rígido das medidas contra a pandemia. Para a economista, a falta de insumos deve ser sentida por algumas meses à frente.

“Provavelmente, isso deve se estender pelo próximo mês e afetar a produção no início do próximo ano. Quando a pandemia chegou aqui no Brasil, como um todo, e em Goiás, a maioria das empresas paralisou suas atividades naquele início da pandemia e acabaram minando seus estoques. Agora, que as empresas estão voltando a produzir, que a demanda tem aumentado, está faltando insumos”, discorre.

No entanto, ainda conforme a pesquisa da Fieg, ainda que haja dificuldade em atender a demanda e em adquirir insumos para a produção, 90% das empresas acredita que a demanda deve se manter ou mesmo aumentar nos próximos seis meses. “Aliado ao aumento na confiança empresarial que já se encontra nos patamares pré pandemia, vislumbra-se uma retomada da atividade produtiva no próximo ano”. A tese é corroborada por Januária.

“O índice de confiança do empresário, que mede justamente essa perspectiva do empresário quanto à economia, quanto ao futuro, já está se recompondo e chegando aos níveis pré-pandemia. A gente acredita sim que as coisas vão começar a melhorar”, conclui.