Esdras Jônatas: Quem é o foragido que chorou ao pedir socorro a Eduardo Bolsonaro
Empresário bolsonarista tentou vender Porsche confiscada e diz comer lixo nos EUA

O empresário Esdras Jônatas dos Santos, conhecido por ser um dos foragidos do 8 de janeiro, reapareceu nas redes sociais chorando ao pedir socorro a Eduardo Bolsonaro. Investigado por financiar e organizar os atos golpistas de 8 de janeiro, ele surgiu em um vídeo afirmando estar sendo perseguido nos Estados Unidos. “Eu estou sendo perseguido dentro dos EUA… Eu peço socorro, em nome de Jesus”, declarou o bolsonarista, visivelmente abalado.
Esdras Jônatas, que fugiu para os Estados Unidos logo após os atos, vive atualmente em Fort Lauderdale, na Flórida, ao lado da ex-esposa, Kathy Le Thi Thanh My dos Santos, também foragida. Ambos são alvos de mandados de prisão emitidos pelo STF, tiveram os passaportes cancelados, as contas bancárias bloqueadas e estão proibidos de utilizar redes sociais.
Mesmo com as restrições, o empresário foragido voltou a aparecer na internet alegando ser vítima de perseguição política. No vídeo em que chora e pede socorro a Eduardo Bolsonaro, Esdras Jônatas também pede ajuda a qualquer pessoa que saiba onde está o deputado nos EUA.
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Após os atos, segundo a imprensa, Esdras tentou vender um Porsche avaliado em R$ 400 mil para conseguir sobreviver no exterior. Ele chegou a afirmar que, por falta de dinheiro, precisou comer lixo para sobreviver nos Estados Unidos, e culpou diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do STF, pela sua situação. “O ministro Alexandre de Moraes está caçando a liberdade dos brasileiros. Saia para a rua e venha se manifestar”, declarou.
Antes de ser considerado foragido, Esdras Jônatas, que se apresenta como empresário bolsonarista, costumava circular pelos acampamentos pró-Bolsonaro em Belo Horizonte. Sempre chegava nos locais de protesto em seu Porsche de luxo, onde gravava vídeos convocando manifestantes e atacando agentes de segurança.
De acordo com a Polícia Federal, Esdras Jônatas foi um dos principais organizadores do acampamento montado em frente ao 4º Comando do Exército, na capital mineira, em uma tentativa de obter apoio militar ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Quando o acampamento foi desmontado, o empresário foi flagrado chorando e também foi acusado de agredir e roubar jornalistas que faziam a cobertura.
Nas redes sociais, antes de virar alvo da Justiça, o empresário bolsonarista ostentava viagens para destinos como Miami, Tulum, Paris, Trancoso e Rio de Janeiro, além de publicar vídeos atacando servidores públicos e autoridades.
Além dos mandados de prisão, Esdras Jônatas e a ex-esposa são investigados pelos crimes de incitação ao crime, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado, todos relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro.
Dono de uma fábrica de roupas falida desde 2021, o empresário segue na tentativa de se manter escondido das autoridades brasileiras, agora chorando ao pedir socorro a Eduardo Bolsonaro diretamente dos EUA. Mesmo proibido, ele tentou utilizar seu perfil no Instagram para negociar o Porsche, oferecendo o carro pela metade do preço.
Bolsonarista que financiou golpes do 8 de janeiro e está FORAGIDO do Brasil alega estar sendo perseguido nos Estados Unidos. pic.twitter.com/zRde6Inoar
— POPTime (@siteptbr) May 24, 2025
A situação de Esdras Jônatas é complicada. Sem emprego, sem falar inglês e vivendo de favores, ele afirma estar na miséria nos Estados Unidos. Embora não tenha participado diretamente dos atos em Brasília, ele esteve na organização da saída de um ônibus rumo à capital federal no dia dos ataques.
A Polícia Civil de Minas Gerais também investiga o bolsonarista foragido por roubo e agressão, crimes cometidos durante os atos na capital mineira. Quando a corporação tentou cumprir os mandados de prisão em fevereiro do ano passado, não encontrou ninguém na residência do empresário, localizada no bairro Santa Amélia, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. Desde então, ele é oficialmente considerado foragido.
Atualmente, além dos crimes de incitação, tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Esdras Jônatas acumula acusações de agressões contra jornalistas e descumprimento de ordens judiciais.