Economia

Governo Lula prepara pacote de R$ 220 bilhões em ano eleitoral; gastos ficam fora da meta fiscal

O governo federal planeja um pacote de mais de R$ 220 bilhões em investimentos e…

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Investimentos podem alavancar candidatura do presidente Lula à reeleição | Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo federal planeja um pacote de mais de R$ 220 bilhões em investimentos e crédito para 2026, ano em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve disputar a reeleição. A estratégia é turbinar programas sociais e ampliar o acesso ao financiamento para estimular a economia, buscando aumentar a popularidade da gestão às vésperas do pleito presidencial.

Uma parte significativa desses gastos, estimada em cerca de R$ 80 bilhões, será executada por meio de mecanismos que deixam os valores fora do cálculo do déficit primário. Programas como o “Gás do Povo” e subsídios habitacionais devem ser financiados sem que as despesas sejam limitadas pelas travas do arcabouço fiscal, permitindo que o governo injete dinheiro na economia sem desrespeitar formalmente as metas de controle de contas.

O objetivo oficial para 2026 é um superávit de 0,25% do PIB, mas analistas preveem que o governo aproveitará a margem de tolerância para entregar um resultado zero, o que abre caminho para ainda mais desembolsos em ano eleitoral. O Ministério da Fazenda foi procurado para detalhar quais valores exatos ficarão de fora dessa conta e qual será a meta real perseguida, mas não retornou os pedidos de esclarecimento.

Embora essas “exceções” não apareçam no resultado fiscal imediato, elas impactam diretamente o endividamento do país. A previsão é que a dívida pública salte para 82,5% do PIB até o fim de 2026, um crescimento de 10 pontos percentuais sob o atual mandato. Com esse avanço, o Brasil consolida sua posição como o país com a maior dívida bruta entre as nações emergentes, atrás apenas da China.

Com informações da Folha de S. Paulo

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