VIOLÊNCIA

Governo Tarcísio pede ao STF que PM possa priorizar uso de câmeras em grandes operações

Assessoria jurídica do governador fala em 'clara impossibilidade material e operacional de cumprimento" caso decisão englobe 'todas as operações policiais' da corporação

Governo Tarcísio pede ao STF que PM possa priorizar uso de câmeras em grandes operações
Governador Tarcísio de Freitas (Foto: Agência Brasil)

BRASÍLIA (FOLHAPRESS) – O governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que a Polícia Militar possa priorizar o uso de câmeras corporais em grandes operações.

Em manifestação desta quarta-feira (18) ao ministro Luís Roberto Barroso, a assessoria jurídica do governador afirmou que a decisão do magistrado, se interpretada de forma a tornar obrigatório o uso dos equipamentos “em todas as operações policiais”, levará a “clara impossibilidade material e operacional de cumprimento”.

A administração paulista argumenta que o termo “operação policial” tem grande amplitude e está conceituado em normas da Polícia Militar.

“Para se ter dimensão da amplitude do termo, até 30 de novembro, foram realizadas mais de 484 mil operações policial-militares em 2024 no estado de São Paulo. Apenas no mês de novembro, foram realizadas mais de 43 mil Operações Policiais”, afirmou o governo.

“As operações policiais, assim, fazem parte da rotina regular da atuação da Polícia Militar do estado e nem todas oferecem risco de confronto.”

No início do mês, Barroso determinou o uso obrigatório de câmeras corporais por policiais no estado de São Paulo.

O magistrado atendeu a pedido da Defensoria Pública do estado de São Paulo e foi além: ele decidiu manter o modelo atual de gravação ininterrupta dos dispositivos, e seu acionamento automático, conforme sistema implantado no governo de João Doria (sem partido).

Em junho, ao contestar a ação da Defensoria, o governador tentou convencer o magistrado de que estava adquirindo equipamentos mais eficientes para dar transparência à atividade policial.

Barroso decidiu então que o STF apenas monitoraria a implantação do novo sistema, desde que o governo paulista seguisse os protocolos do Ministério da Justiça para o uso das câmeras. Tarcísio de Freitas enfrenta uma crise na segurança com casos em sequência de violência policial.