Indiciado por homofobia, Amauri diz não saber que arco-íris é símbolo LGBTQIA+
Ele também reforçou que “as cores do arco-íris não foram inventadas por eles”
Indiciado pela Polícia Civil por crime de racismo homofóbico por compartilhar uma imagem nas redes sociais, o deputado estadual Amauri Ribeiro (União Brasil) usou a tribuna da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), nesta quarta-feira (28), para se justificar. “Na manga de uma das camisas [na imagem], as cores se parecem com o arco-íris. Essas cores que são da bandeira LGBT, que eu sou obrigado a saber que é deles, que eles instituíram”, dá a entender não saber do que se tratava.
Vale citar, a polícia indiciou o deputado, em meados de dezembro, pelo crime de racismo homofóbico por causa desta imagem publicada pelo parlamentar em abril deste ano. Nela, é possível ver um braço negro com um desenho de arco-íris (que simboliza a comunidade LGBTQ+), e uma outra mão, essa branca, segurando a primeira (impedindo que ela chegue a uma família), com os dizeres: “Na minha família não!”
Após a repercussão da imagem, entidades o denunciaram. Segundo o Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), o deputado objetivou “demonizar” pessoas gays, colocando-as como “uma ameaça ao modelo heterossexual”, fato que, conforme a polícia, extrapola a liberdade de expressão.
O Geacri concluiu a investigação em 15 de dezembro, após a Justiça determinar que o político fosse investigado como cidadão comum, sem foro político. O inquérito já foi encaminhado ao Poder Judiciário. Vale citar, o crime de racismo homofóbico tem pena que varia de dois a cinco anos de prisão.
Amauri na tribuna
Ainda na tribuna, Amauri diz que nunca destratou, humilhou ou desrespeitou alguém por ser homossexual. “Nunca fiz isso. Se tem algo que não tenho é preconceito. Respeito todos, desde que me respeitem. Mas tenho nojo e detesto esse vitimismo barato.”
Ele também reforçou que “as cores do arco-íris não foram inventadas por eles”, se referiu aos grupos LGBTQIA+. “E quem me processou foi um pretenso deputado estadual que queria se promover e foi derrotado nas urnas. Eu sou homem, eu não tenho bandeira. Mulher não tem bandeira, deficiente não tem. Negro não. Não sou obrigado a saber que homossexual tem bandeira.”