Irmão de Virgínia é absolvido da acusação de importunação em festa em Jussara
Na decisão, a juíza afirma que não há provas suficientes para comprovar a autoria e a materialidade do crime

O empresário Willian Pimenta Gusmão, irmão da influenciadora digital Virgínia Fonseca, foi absolvido pela Justiça de Goiás da acusação de importunação sexual contra Rauricéia Martins da Costa, conhecida como Lilly Martins, de 27 anos. A decisão foi proferida pela juíza Bárbara Fernandes Barbalho, da 2ª Vara Judicial da Comarca de Jussara, e publicada na última quinta-feira (13).
Na decisão, a juíza afirma que não há provas suficientes para comprovar a autoria e a materialidade do crime, conforme previsto no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal.
Denúncia
O caso ganhou repercussão após Lilly Martins denunciar que, durante uma festa no Clube do Laço, em Jussara, no noroeste de Goiás, em abril de 2023, Willian teria tocado suas partes íntimas sem consentimento. Segundo a mulher, ela pediu para tirar uma foto com o empresário, e ele teria enfiado a mão na calça dela. Lilly relatou que o fato ocorreu duas vezes durante o evento e que chegou a informar seguranças do local, mas não obteve ajuda imediata.
A denúncia foi formalizada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), que pediu a condenação de Willian por importunação sexual, crime previsto no artigo 215-A do Código Penal. No entanto, a defesa do empresário argumentou que não havia provas concretas para sustentar a acusação e que a versão da vítima apresentava contradições.
Contradições
Durante o processo, a magistrada examinou os relatos de Lily, das testemunhas e das demais evidências apresentadas. A juíza ressaltou que, embora o depoimento da vítima em casos de crimes sexuais possua um peso significativo, no caso em análise, foram identificadas contradições na história contada por Lilly Martins. Uma gravação apresentada pelos advogados de defesa revelou que os dois teriam trocado um beijo consensual durante a festa, o que contrariava a primeira declaração da jovem, que havia garantido não ter havido nenhum tipo de aproximação íntima com Willian.
Além disso, a juíza apontou que a divulgação do caso nas redes sociais, com manchetes sugerindo que Willian teria traído a esposa, foi feita pela própria Juliana da Silva, companheira de Lilly, o que levantou dúvidas sobre a intenção da vítima em relação ao caso. A magistrada considerou que esses elementos criaram incertezas sobre a materialidade do crime, aplicando o princípio do in dubio pro reo (em caso de dúvida, decide-se a favor do réu).
Já Lilly Martins, que chegou a ser indiciada por denunciação caluniosa e ameaça durante as investigações, teve os processos arquivados a pedido do MP-GO. A promotoria entendeu que não havia elementos suficientes para sustentar as acusações contra ela e sua esposa, Juliana da Silva, que também havia sido acusada de falso testemunho.
Defesa William
A advogada de William Gusmão, Jordane Mota, se manifestou ao Mais Goiás afirmando que ele está se sentindo aliviado após a conclusão do caso, acreditando que a justiça foi feita. Eles destacaram o impacto negativo que a acusação de importunação sexual teve em sua vida, afetando não apenas sua reputação, mas também sua carreira profissional, finanças e negócios, além de causar danos emocionais a ele e a sua família.
A defesa também mencionou que a divulgação inicial da acusação, que atribuía a ele a autoria do crime, foi extremamente prejudicial, uma vez que crimes dessa natureza geram repulsa generalizada. Além disso, sugeriram que o interesse por trás da exposição do caso poderia estar relacionado a ganhos de relevância nas redes sociais, especialmente considerando que a irmã de William, Virgínia Fonseca, é uma das maiores influenciadoras digitais do Brasil.
O Mais Goiás não conseguiu contato com a defesa de Lilly Martins. No entanto, o espaço permanece aberto para manifestações.