ACÓRDÃO

Acusados de matar corretor para não pagar dívida tem pena mantida em 24 anos de prisão

Crime teria ocorrido para não pagar dívida milionária

Justiça mantém sentença de 24 anos a acusados de matar corretor de imóveis em Rio Verde
Corretor Wellington Freitas (Foto: Reprodução - TV Anhanguera)

A Justiça de Goiás manteve, na última semana, a sentença do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Verde que condenou Rogério Oliveira Muniz e Rogério Teles Borges pelo assassinato do corretor de imóveis Wellington Luiz Ferreira Freitas, em junho de 2022. Ambos tiveram penas superiores a 24 anos de reclusão por homicídio triplamente qualificado e outros crimes, e as defesas tinham pedido a redução e a liberdade provisória. O Ministério Público, que pediu o aumento, também teve a demanda negada.

O Mais Goiás não conseguiu contato com a defesa dos acusados. Ao G1, entretanto, o advogado de Rogério Teles Borges afirmou que a condenação apresenta “nulidades graves e ausência de provas nos autos” e procura recursos cabíveis às instâncias superiores. Caso haja interesse, o espaço segue aberto. O entendimento da Quinta Turma Julgadora da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) é do último dia 25 de julho.

Narra a denúncia do Ministério Público, oferecida pelo promotor de Justiça Paulo Brondi, que a vítima foi morta a pedido de Renato de Souza – suposto mandante, que não foi julgado ainda -, que não queria pagar uma dívida de R$ 20,7 milhões, resultante de uma comissão de venda de propriedade rural por ele adquirida.

Como Wellington Luiz vinha cobrando o pagamento do valor, Renato (segundo o MP) decidiu contratar Rogério Muniz e lhe ofereceu a quantia de R$ 150 mil para que matasse o corretor. Aceita a proposta, o suposto mandante teria feito dois depósitos para o executor nos valores de R$ 20 mil e R$ 10 mil, a título de adiantamento.

Sob a orientação e supervisão direta do contratante, Rogério teria procurado a vítima, supostamente interessado na compra de alguma terra em Goiás. No dia do crime, eles se encontraram, quando Wellington levou Muniz até sua fazenda, a fim de tentar vendê-la a ele.

Já na propriedade rural, enquanto ambos estavam no interior do carro da vítima, Rogério imobilizou Wellington com uma corda e a enforcou. Acreditando tê-la matado, ele deixou o corpo no local e fugiu. Rogério Teles teria dado apoio logístico. Foi ele quem ligou para Muniz e exigiu que ele “terminasse o serviço”, ocasião em que o homem retornou e incendiou o corpo.

Condenações

Rogério Oliveira Muniz foi condenado a 24 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão. Ele também recebeu uma pena adicional de 6 meses e 20 dias de detenção, além de 20 dias-multa. Sua condenação abrange tanto o homicídio triplamente qualificado quanto a fraude processual​.

Já Rogério Teles Borges foi condenado a 24 anos de reclusão pelo Tribunal do Júri. Ele foi considerado culpado pela participação ativa na execução do crime, sendo apontado como responsável por providenciar apoio logístico e por ajudar a planejar a morte da vítima​.