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Lula diz que liberdade de culto será preservada se Deus e o povo permitirem sua eleição; leia carta aos evangélicos

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) distribuiu na manhã desta quarta-feira (19) sua carta de…

Lula diz que liberdade de culto será preservada se Deus e o povo permitirem sua eleição; leia carta aos evangélicos
(Foto: Instagram)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) distribuiu na manhã desta quarta-feira (19) sua carta de compromisso com os evangélicos. O documento foi entregue durante encontro com lideranças de dezenas de denominações do segmento, ocorrido em São Paulo.

Entre os compromissos firmados pelo petista estão o de não restringir a liberdade de culto e de pregação, o fortalecimento de famílias para que “jovens sejam mantidos longe das drogas” e a promessa de não usar símbolos da fé protestante para fins políticos-partidários, caso saia vitorioso do pleito deste ano.

“A tentativa de uso político da fé para dividir os brasileiros não ajuda ninguém, nem ao Estado, nem às igrejas, porque afasta as pessoas da mensagem do Evangelho. Jesus Cristo nos ensinou liberdade e paz, respeito e união, disso precisamos”, afirma Lula.

Ele ainda faz um convite para que evangélicos integrem conselhos setoriais e conferências públicas de um eventual governo seu.

A carta destaca que o ex-presidente respeitou a liberdade religiosa nos oito anos em que esteve à frente da Presidência da República e assinou leis e decretos em apoio a conquistas do povo evangélico. São lembradas, por exemplo, a criação da Marcha para Jesus e do Dia Nacional dos Evangélicos.

Lançando mão de versículo bíblico do livro de Tiago, Lula afirma que cuidou dos pobres e injustiçados enquanto presidente, e diz que seu governo contribuiu para melhorar a vida de “milhões de famílias”. “Sempre penso, neste sentido, no trecho bíblico que diz: ‘A verdadeira religião é cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades…”, afirma o ex-presidente.

“Não há por que acreditar que agora seria diferente”, acrescenta.

Lula, então, diz que um eventual governo seu não adotará quaisquer medidas que firam a liberdade de culto e de pregação no país ou que criem obstáculos ao livre funcionamento dos templos. “Envio-lhes esta mensagem, portanto, em respeito à verdade e ao apreço que tenho a esse povo crente no verdadeiro Deus da misericórdia e a seus dedicados pastores e pastoras”, afirma ele na carta.

“Se Deus e o povo brasileiro permitirem que eu seja eleito, além de manter esses direitos, vou estimular sempre mais a parceria com as igrejas no cuidado com a vida das pessoas e famílias brasileiras”, continua.

Lula ainda afirma que sua candidatura é a que mais defende pessoas de boa-fé, embora esteja em curso uma campanha difamatória para convencer o eleitorado evangélico do contrário.

“Todos sabem que nunca houve qualquer risco ao funcionamento das Igrejas enquanto fui presidente. Pelo contrário! Com a prosperidade que ajudamos a construir, foi no nosso governo que as Igrejas mais cresceram, principalmente as Evangélicas, sem qualquer impedimento e até tiveram condições de enviar missionários para outros países”, diz o petista.

A carta é uma resposta à disseminação de notícias falsas —como ameaça de fechamento de igrejas e instalação de banheiros unissex em escolas públicas.

Os eleitores religiosos estão entre as principais preocupações dos petistas no segundo turno, na tentativa de conquistar os votos que faltam para vencer a corrida presidencial.

Em sua fundação, o PT teve vínculos com grupos católicos, que forneceram ideias e quadros para a legenda. Mas, com as mudanças no perfil religioso da sociedade brasileira, o partido enfrenta dificuldades para conquistar os evangélicos.

Como mostrou a Folha, Lula resistia à ideia da carta, apostando no reconhecimento de que foi ele quem sancionou a lei que permite a livre criação de igrejas no país. Nos discursos, o petista também costuma lembrar que nunca uma igreja foi fechada durante os governos petistas.

Apesar da resistência de uma ala da coordenação, o ex-presidente foi convencido sobre a necessidade de divulgar uma mensagem ao segmento evangélico. Segundo aliados, o resultado do primeiro turno, com vantagem mais apertada sobre Bolsonaro do que a prevista, pesou para a decisão.

Leia, abaixo, a íntegra do documento: