ELEIÇÕES

Lula reconstrói pontes com empresários durante campanha eleitoral

Ciente de que o seu principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL), é mais forte…

Alckmin diz que Lula estará na transição a partir de segunda
Alckmin diz que Lula estará na transição a partir de segunda (Foto: Divulgação)

Ciente de que o seu principal adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL), é mais forte do que ele entre os maiores empresários do Brasil, o ex-presidente Lula (PT) dedicou parte importante de seu tempo na campanha para reconstruir pontes com o segmento. A operação envolveu sinalizações públicas e conversas privadas, em que ele e o candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin se revezavam com o mesmo discurso.

A primeira grande reunião com esse propósito aconteceu em 20 de janeiro de 2022. Foi um encontro com representantes do agronegócio. Entre fevereiro e março, aconteceu em jantar com empresários na casa de José Seripieri Filho, da Qualicorp (que trabalha com planos de saúde) e, no dia 20 de junho, outro jantar na casa de Cláudio Haddad, fundador do Insper. Nesse período, Lula deu uma sinalização importante: a de que Aloizio Mercadante e Guido Mantega não devem ser ministros, o que agradou empresários.

No dia 5 de julho, em um almoço na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Lula afirmou que os seus mandatos são suas credenciais, que o setor produtivo encarou como um aceno à moderação na política econômica, em caso de vitória nas urnas. O petista ainda discursou na Confederação Nacional do Comércio (CNC) e na Confederação Nacional dos Transportes (CNT) no mesmo mês, em que acusou o atual governo de “tirar credidibilidade” do país e prometeu “mudanças fatiadas” nos impostos.

Aceno de Lula aos “mais raivosos”

No dia 9 de agosto, em sabatina na Federação das Indústrias de São Paulo, Lula disse que queria falar com os ruralistas “mais raivosos”, tarefa que ele acabaria delegando a Alckmin. O seu vice esteve em Goiânia com esse propósito, no dia 21 de setembro, e pediu parceria com o agronegócio. Fez o mesmo no Mato Grosso e em Roraima.

Por fim, no dia 27 de setembro o candidato indicou que seu eventual governo não interferirá no Banco Central. Essa foi a sinalização mais importante, ao lado da declaração de apoio do economista Henrique Meirelles (cotado para ser ministro da Fazenda em um eventual próximo mandato).