ELEIÇÕES 2020 | GOIÂNIA

Mais da metade das mulheres não sabe em quem votar em Goiânia

Levantamento do jornal O Globo, realizado a partir da primeira rodada da pesquisa Ibope, aponta…

Conheça os prefeitos eleitos nas capitais brasileiras
Conheça os prefeitos eleitos nas capitais brasileiras

Levantamento do jornal O Globo, realizado a partir da primeira rodada da pesquisa Ibope, aponta que número de  indecisos chega a representar a metade dos eleitores consultados em algumas capitais brasileiras. Em São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife e Goiânia, o percentual de mulheres indecisas supera significativamente o de homens. Na capital goiana, por exemplo, 53% das mulheres informaram não saber em quem votar, contra 37% dos homens.

Do mesmo modo, quando o recorte é a idade, os jovens goianienses são mais indecisos. No entanto, segundo especialistas, a tendência é de que a disputa se acirre nos últimos dias de campanha, com diminuição na taxa de indecisos.

Em Goiânia, há somente duas candidatas oficiais disputando a prefeitura: Adriana Accorsi (PT) e Manu Jacob (Psol). A candidata do PL, Dra. Cristina, luta na justiça para ter seu nome reconhecido após desavenças com o partido, o qual aderiu à chapa encabeçada por Maguito Vilela (MDB). A pré-candidata da Rede, Maria Ester, saiu da disputa após a sigla anunciar apoio a Elias Vaz (PSB).

Demora na escolha

O cientista político Guilherme Carvalho alerta que embora pareça que esteja perto da eleição, para a maioria dos eleitores, ainda não começou. Ele argumenta que enquanto a presença dos candidatos não se faça no dia a dia do eleitor, a eleição permanece “distante”. Além disso, tradicionalmente o eleitor brasileiro decide seu voto nos últimos dez dias antes ou mesmo a uma semana do pleito.

Durante a pandemia esse traço de demora na escolha, ou indecisão pode se agravar e gerar abstenção mais alta. O que, salienta Guilherme, pode indicar que muitos eleitores já decidiram por não participar do pleito, havendo menor engajamento e consequente abstenção.

Sobre a indecisão das mulheres, o cientista político lembra que não se trata de um fenômeno novo. Em 2018, a taxa de indecisos entre o sexo feminino, no segundo turno, estava acima dos 50%.

“Falando em termos gerais, as mulheres são a maior parte do eleitorado brasileiro, mas são subrepresentadas. Há pouca representação das mulheres em relação a quem se propõe a candidatar ao parlamento municipal ou para prefeito. Além disso, a maioria dos lares brasileiros é gerido por mulheres, as quais pautam as escolhas inclusive nas urnas, o que gera uma grande responsabilidade. Assim, as mulheres têm demorado mais, pois o voto delas tem efeito prático na vida das pessoas”, explica.

Outras cidades

O índice de indecisos varia entre 23%, em Rio Branco, e 54%, em Porto Alegre. Em ambos os casos, as taxas foram alcançadas quando a lista de candidatos não é apresentada, modelo chamado de pesquisa espontânea.

No Rio, em São Paulo e Porto Alegre, a indecisão também é maior entre eleitores com menor escolaridade e renda. Na capital paulista, 50% dos eleitores com renda de até um salário mínimo não definiram o voto.

Quando considerado o grupo com maior renda (mais de cinco salários mínimos), essa proporção cai para 28%. Já entre os que têm ensino fundamental, 47% estão indecisos, contra 35% na faixa com ensino superior.

Na capital gaúcha, entre aqueles com renda doméstica de até um salário mínimo, 64% estão indecisos, dez pontos percentuais a mais que a média da cidade (54%).