Forças Armadas

Múcio confirma troca do comando do Exército antes da posse: ‘sem viés político’

Ao lado do futuro ministro da Defesa, Flávio Dino, da Justiça, afirmou que "não haverá vazio de poder"

"Forças Armadas não queriam um golpe", diz Ministro da Defesa sobre 8 de janeiro apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. (Foto: Flickr/TCU)

O futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, confirmou nesta terça-feira que o general Júlio Cesar de Arruda assumirá o comando do Exército de forma interina nesta sexta-feira, dia 30 – ou seja, antes da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Ele vai substituir o general Marcos Antonio Freire Gomes.

Múcio frisou que a troca de comando ocorrerá da “forma mais pacífica possível”.

— Os comandados serão os mesmos. Eu estarei na transição. No dia 30, às 10h30, o general Freire vai sair e entregar interinamente a quem vai comandar definitivamente. É uma coisa absolutamente tranquila, não há viés político, sem nenhum problema —disse Múcio.

— Ontem eu passei a tarde conversando com eles, o que vai sair e o que vai entrar, da forma mais pacífica possível — frisou ele.

Tradicionalmente, a passagem de comando no Exército costuma ocorrer em janeiro. Mas houve um movimento dos atuais comandantes indicados pelo presidente Jair Bolsonaro para deixarem os postos ainda neste ano. O gesto foi interpretado como uma recusa deles a não serem comandados pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Múcio tentou adiar esse movimento. Além do Exército, o comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, deve deixar o posto na quinta-feira, dia 29. Quem assume no lugar dele é o almirante Marcos Sampaio Olsen. Na Aeronáutica, a transmissão ocorrerá em 2 de janeiro: sai o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior e entra o tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno.

Outra preocupação levantada pela equipe de Lula era que houvesse um “vácuo de poder” com a saída antecipada dos chefes das Forças Armadas, mas isso não se confirmou porque eles devem entregar os cargos próximo à posse. Ao lado de Múcio, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, reiterou:

—Não haverá vazio de poder — disse ele.