NOVE MORTES

Nove morrem durante incêndio em Centro de Internação em Goiânia

Um incêndio registrado no Centro de Internação Provisória (CIP), no 7º Batalhão da Polícia Militar,…

Um incêndio registrado no Centro de Internação Provisória (CIP), no 7º Batalhão da Polícia Militar, no Jardim Europa, terminou com nove mortos, no início da tarde desta sexta-feira (25). A informação obtida pelo Mais Goiás de fonte que não quer ter o nome revelado é de que o fogo teria sido iniciado dentro de uma cela, em um princípio de confronto entre internos. Um dos internos ficou gravemente ferido, e outros, com outros tipos de ferimentos, foram levados para o Hospital de Urgências Governador Otávio Lage (Hugol).

Agentes do Instituto Médico Legal (IML) acabam de chegar para realizar a identificação e recolhimento dos corpos. Familiares dos internos também estão no local para receberem informações. O Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Gilles Gomes, esteve nas instalações e afirma que o local é inadequado para o serviço socioeducativo. Segundo ele, a Ordem entrou com Ação Civil Pública em 2013 para que o prédio recebesse atenção do poder público.

 

“O espaço tem condições insalubres, falta de ventilação, falta de água e de iluminação. O número de internos também parece ser superior ao da capacidade, o que indica que celas estão superlotadas”, revela. Gilles recebeu ainda informação de que o prédio não tinha extintores. “Uma pessoa me disse, mas isso deverá ser verificado pela Polícia Civil, que já está no prédio para também apurar o motivo do ocorrido.

Gomes ressalta que foi criado um comitê de crises com participação da defensoria publica, OAB e entidades do estado para agilizar apurações e a comunicação com os familiares, que também estão sem informação sobre os internos. “Esse CIP não deveria estar aqui no batalhão. A atribuição da PM é outra. Isso faz com que os acessos dos internos a saúde, educação e outros fatores que permitam a ressocialização e que estão estabelecidos no ECA, não estão sendo cumpridos”.

O titular da Secretaria Cidadã, Murilo Mendonça, deu pronunciamento à imprensa ressaltando que bombeiros foram acionados imediatamente para fazer incontrolável das chamas. No entanto afirmou que identidades, número de internos afetados pelo incêndio, assim como motivação ainda não foram esclarecidas.

 

Desesperada, dona Lourdes Gomes dos Santos (82) veio saber se o neto, cujo nome não foi revelado, está entre os mortos e feridos. “O sentimento está demais. Não sabemos de nada. Ele está internado a seis meses. Viemos saber notícias”, disse.

O coordenador do Centro de Apoio da Infância e Juventude do Ministério Público de Goiás (MPGO), Publius Lentulus vai realizar uma vistoria ao Centro de Internação Provisória do Jardim Europa para verificar as condições do local e as circunstâncias do ocorrido.

NOTA-GOVERNO DE GOIÁS

Acerca do ocorrido na unidade de internação de menores:

O incêndio em um alojamento do centro que abriga menores infratores no 7º Batalhão da Polícia Militar foi provocado pelos próprios internos. Nove adolescentes morreram. Um acabou ferido e foi levado para o Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol).

As providências para combater o fogo foram tomadas de imediato e evitaram um dano ainda maior. Todas as forças policiais já estão mobilizadas para apurar as causas do incêndio.

O governador José Eliton, assim que informado, determinou que fossem tomadas as medidas necessárias para a apuração das causas e para o apoio aos familiares dos internos. José Eliton, que está em Cuiabá – onde participa do Encontro de Governadores do Brasil Central -, também antecipou seu retorno a Goiânia para acompanhar e designar novas providências necessárias.

O Governo de Goiás lamenta o ocorrido e externa sua solidariedade aos familiares dos adolescentes mortos.