Justiça

Todos os investigados da Operação SOS Samu já estão em liberdade

Todos os investigados por suspeita de envolvimento nos crimes apurados pela Operação SOS Samu já…

Todos os investigados por suspeita de envolvimento nos crimes apurados pela Operação SOS Samu já estão em liberdade. Dos 21 detidos na última terça-feira (21/6), 17 permaneciam no Centro de Prisão provisória (CPP) até a madrugada deste domingo (26), quando foram libertados após o juiz Denival Francisco da Silva negar a prorrogação do prazo de suas prisões.

O pedido para que os investigados permanecessem presos foi protocolada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) na última sexta-feira (24/6). No entanto, com a negativa do juiz, os 17 presos foram liberados assim que o prazo das prisões venceu no fim deste sábado (25).

Antes disso, um dos suspeitos havia sido liberado na quarta-feira (24) por decisão do juiz Wilson Safatle Faiad. Outros três envolvidos também foram libertados por pelo juiz Denival Fransciso da Silva. 

SOS Samu

A operação foi deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) na manhã desta terça-feira (21) para o cumprimento de 24 mandados de prisão temporária e de 43 mandados de busca e apreensão nos municípios de Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo. A ação foi realizada por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Centro de Inteligência do MP e conta com o auxílio de 39 promotores de Justiça e apoio da Polícia Militar de Goiás.

Durante as investigações realizadas pelo MPGO foi descoberto um esquema de pagamento de propina a alguns funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Goiânia (Samu) – condutores socorristas, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos – para que estes direcionassem pacientes atendidos pelo atendimento de urgência que possuíssem planos de saúde a determinadas UTIs, fraudando a regulação do acesso aos leitos. O pagamento da propina a alguns funcionários do Samu foi realizado por médicos e por responsáveis e proprietários de UTIs.

Segundo o MPGO, após o socorrista ou o técnico de enfermagem fazer o atendimento de urgência pelo Samu, era contatada a regulação de vagas do acesso aos leitos de UTI, cabendo a esta determinar o encaminhamento do paciente para algum hospital vinculado ao SUS, de acordo com a regulação de vagas. Entretanto, mediante pagamento de propina, os investigados estavam alterando essa rotina de atendimento, fraudando-a, posto que pacientes que possuíssem planos de saúde eram encaminhados para unidades de UTI particulares.

Em alguns casos, para simular a gravidade do estado de saúde desses pacientes, esses profissionais usaram de métodos espúrios e perigosos, consistentes em “rebaixamento artificial de consciência do paciente”. Isso era feito com a aplicação de medicamentos de efeito sedativo, por exemplo. Com isso, garantiam-se as UTIs cheias de pacientes, com lucro para os respectivos empresários do ramo.