ATAQUES

Advogado diz sofrer ameaças e deixa caso de confronto simulado no Setor Jaó, em Goiânia

Advogado disse que sai do caso de cabeça erguida e que acredita no trabalho das autoridades envolvidas

Confronto simulado ocorreu no Setor Jaó, em Goiânia (Foto: Reprodução)
Confronto simulado ocorreu no Setor Jaó, em Goiânia (Foto: Reprodução)

O advogado Walisson dos Reis Silva, que representa as famílias dos homens mortos no confronto simulado com policiais militares do Comando de Operações de Divisas (COD), no Setor Jaó, em Goiânia, alegou sofrer ameaças e deixou o caso. A decisão foi divulgada pelo jurista na segunda-feira (8). O caso ocorreu no dia 1°de março.

Em nota, Walisson disse que tem recebido “ataques à minha honra por pessoas que de alguma forma apoiam aquela ação em que policiais aparentemente simulam um confronto e plantam armas na cena do crime”. Em seguida, o advogado informou que chegou à conclusão de que seria melhor se afastar imediatamente do caso.

“Por fim, saio do caso de cabeça erguida acreditando que as autoridades envolvidas tragam uma resposta para a sociedade. Agradeço a todos que acreditam no meu trabalho e que saibam a importância do papel do advogado na sociedade, pois vivemos em um Estado Democrático de Direito”, disse Walisson.

Sobre o caso

A investigação começou após um vídeo no celular de Junio José Aquino Leite, de 40 anos, registrar o momento em que ele e Marines Pereira Gonçalves, de 47 anos, são atendidos no Setor Jaó, em Goiânia. As imagens mostraram que as vítimas não portavam armas durante a abordagem e não esboçaram reação.

Vale destacar, dois policiais também foram filmados manuseando um revólver e uma pistola, mas que foram apreendidas junto com as vítimas. Após a abordagem, os militares alegaram que houve um confronto no local. Segundo o registro de atendimento integrado (RAI), foram 18 tiros disparados por três policiais.

Até o momento, cinco agentes foram afastados das atividades laborais. Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil -Seção Goiás (OAB)GO) disse que, por meio da Comissão de Direito e Prerrogativas, está acompanhando o caso e irá apurar os fatos expostos. A identidade dos envolvidos não foi divulgada e, por isso, não foi possível localizar a defesa deles.