Antes de desaparecer, biomédica disse à mãe que poderia “demorar” a voltar para casa
Polícia não descarta desaparecimento voluntário, mas segue trabalhando em diferentes linhas de investigação
A biomédica Érika Luciana Machado, de 47 anos, está desaparecida há 11 dias, e a Polícia Civil de Goiás trabalha com a possibilidade de que o sumiço tenha sido voluntário. Segundo a delegada responsável pelo caso, Aline Lopes, da Delegacia de Anápolis, familiares e amigos relataram que a mulher demonstrava o desejo de se afastar da rotina e, em diferentes situações, afirmou que “queria sumir”.
Érika foi vista pela última vez ao sair da casa da mãe, em Alexânia, para comprar ração para os cachorros e verificar o farol do carro. Horas depois, o veículo foi encontrado abandonado, com pane mecânica, em Corumbá de Goiás. A polícia identificou que, antes disso, ela pediu ajuda a um mecânico e gravou um áudio em que parecia tranquila. “Ela não disse nada desconexo, não aparentava estar em surto”, afirmou a delegada.
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O depoimento da mãe também reforçou que Érika demonstrava intenção de se afastar por um tempo. Ao sair de casa no dia do desaparecimento, ela teria dito para a mãe não se preocupar com o almoço, pois poderia “demorar um pouco” porque queria “espairecer a cabeça”. Antes do sumiço, a biomédica transferiu R$ 10,4 mil para a conta bancária da mãe, ação que, segundo a delegada, pode indicar um planejamento prévio. “Isso leva a crer que ela não queria deixá-la desamparada”, explicou.
Amigos próximos relataram que Érika estava muito triste e repetia que precisava de um tempo para refletir sobre a vida, chegando a dizer que queria “se enfiar no mato para pensar”, longe de qualquer interferência.
Em Corumbá de Goiás, onde o carro foi deixado, Érika ainda foi abordada por uma moradora da região, que perguntou seu nome. Érika não se identificou e chegou a mentir, dizendo que era amiga de vizinhos do local. “Não descartamos nenhuma linha, mas uma delas é que ela pode ter se ocultado de forma voluntária”, reforçou a delegada.
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Uma possível pista chegou a ser analisada após câmeras de segurança registrarem uma mulher caminhando pela BR-414, entre Planalmira e Anápolis. No entanto, após avaliação técnica, a polícia concluiu que não se tratava de Érika.
Apesar da possibilidade de fuga voluntária, a delegada afirma que o trabalho de buscas continua com toda a estrutura disponível. “Estamos fazendo todos os tipos de buscas possíveis. Montamos uma força-tarefa dedicada ao caso desde o desaparecimento. As buscas não foram encerradas e não há prazo para isso. Seguiremos trabalhando”, garantiu.