Vandalismo

Banheiro da PUC-GO é pichado com suástica e mensagens de ódio

Na noite da última segunda-feira (05), um vídeo gravado por uma estudante viralizou nas redes…

Na noite da última segunda-feira (05), um vídeo gravado por uma estudante viralizou nas redes sociais. Na gravação, a jovem entra em um dos banheiros do terceiro andar do bloco A do campus V da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC) e filma uma pichação com mensagens de ódio em uma das porta do banheiro do local. “A faculdade precisa se posicionar diante disso. Os alunos não podem conviver com esse medo, a gente não está aqui para isso”, relata a aluna.

Confira o vídeo:

 

Na pichação, está escrito “Bolsonario 2019”, e entre o desenho de uma suástica em vermelho, “LGBT”s”, “negros”, “profes petralha”, “ustra vive”, e abaixo dos dizeres, a palavra “morte”.

Ameaças

A estudante de jornalismo Bruna Monteira, 24 anos, foi quem gravou e publicou o vídeo nas redes sociais. “Mostrei o fato e pedi para as pessoas denunciarem. No meu Instagram algumas pessoas defenderam esse absurdo”.

A aluna alega que a universidade não se posicionou sobre a investigação sobre quem pichou o local. “Ninguém toma uma medida drástica para quem fez isso se sentir intimidado, estão tentando abafar o caso. No campus existe um grupo fascista grande, mas os alunos estão se mobilizando, pois não é o primeiro caso do tipo”, comenta.

Bruna contou ao Mais Goiás que um aluno de sua sala repostou o vídeo, colocando os dizeres “quero ver é morte, tomara que mata tudo”. A estudante está com medo de ir às aulas. “Tenho pavor que aconteça alguma coisa comigo. Como vou para a sala de aula com essa mesma pessoa? Eu exponho meu posicionamento político na internet, posicionamento esse que ele é contra. Vou denunciá-lo, pois estou pensando na minha proteção. Se acontecer algo comigo, está registrado”, conclui.

(Foto: Reprodução/Whatsapp)

Revolta

Nesta terça-feira (6), o assunto predominava as rodas de conversa dos alunos. “Foi um ato repugnante. Estamos em pleno século 21 e ainda existem pessoas preconceituosas que ficam incentivando o ódio”. A estudante, que preferiu não se identificar, completa. “É responsabilidade da PUC ficar atenta para isso não acontecer mais. O clima aqui é de discussões políticas, inclusive com indiretas entre professores e alunos”.

A aluna expõe que no bloco onde a pichação foi feita, dos estudantes de direito, grande parte dos alunos são a favor do candidato eleito, Jair Bolsonaro (PSL). “A maioria é muito extremista. O autor dessa pichação deveria ser responsabilizado, e a PUC precisa tomar alguma atitude a respeito”, conclui a jovem.

Respostas

Em nota, a PUC Goiás disse “repudiar toda forma de discriminação, preconceito e violência dirigidos a qualquer pessoa, por qualquer motivo”.  A instituição informou ainda que a pichação foi imediatamente apagada do local e que a universidade reitera seu compromisso no combate à intolerância nos campus e se solidariza com àqueles que se sentiram atingidos pela mensagem. “A PUC está atenta e vigilante a quaisquer atos contrários às leis, à ética e ao seu Regimento Disciplinar”, diz o texto.

O Centro Acadêmico de Jornalismo (CA), da universidade se manifestou sobre o caso no Facebook. “Após o episódio de pichação ocorrido ontem (05) no banheiro masculino do bloco A, no Campus V, vemos  a necessidade de afirmar o papel da Universidade como um espaço seguro e plural. Resistiremos contra a intolerância e aos ataques de ódio que têm (infelizmente) crescido. Repudiamos qualquer forma de violência, física ou emocional. Caso você veja ou passe por alguma situação constrangedora na faculdade: denuncie!”, diz o texto.

No Brasil, a pichação é considerada vandalismo e crime ambiental, com detenção de 03 meses a 01 ano de reclusão e multa para quem pichar, grafitar ou por qualquer meio denegrir edificação ou monumento urbano.