Maus-Tratos

Brasileiros deportados dos EUA em programa voluntário dizem que foram expulsos à força

O grupo foi recebido por representantes da ONU e do Ministério dos Direitos Humanos, que demonstraram surpresa com a situação

Número de deportações de brasileiros aumentou desde o início do governo Trump - Foto: Antônio Lima

Um grupo de brasileiros que chegou na última quarta-feira (27) ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (MG), afirma que foram deportados dos Estados Unidos contra a própria vontade. Eles relatam que foram pressionados a aderir ao programa de deportação voluntária criado neste ano pelo governo de Donald Trump e denunciam más condições no transporte.

O avião, um Boeing 737 MAX-8 fretado pela Gol, partiu da Louisiana e fez escala na República Dominicana antes de pousar em Minas Gerais às 18h13. Segundo os passageiros, a maioria estava presa havia meses em centros de detenção e usava uniformes típicos dessas unidades. Alguns desembarcaram sem documentos, trazendo apenas sacolas com poucos pertences.

Na chegada, o grupo foi recebido por representantes da ONU e do Ministério dos Direitos Humanos, que demonstraram surpresa com a situação. Para as autoridades brasileiras, chamou atenção o estado dos deportados e o fato de terem atravessado rapidamente o saguão do aeroporto, em menos de meia hora.

A companhia aérea informou que “só fretou o Boeing 737 MAX-8 para o transporte de deportados voluntários”. Já os deportados contestam essa versão e alegam que nenhum deles optou espontaneamente pela saída.

A embaixada dos Estados Unidos em Brasília declarou que “os voos de deportação são feitos de forma segura, respeitosa e frequente” e reafirmou que pessoas em situação ilegal estão sujeitas à deportação. Em nota, acrescentou que “estrangeiros em situação ilegal que solicitarem a saída pelo aplicativo podem ter direito a viagem gratuita para seus países, um bônus de US$ 1.000 e reencontro com a família durante a partida. Além disso, podem manter a elegibilidade para retornar legalmente aos EUA”.

Com informações da Folha de S. Paulo