CONSELHO DE MEDICINA

CFM vai pedir que PMMA seja banido do Brasil

Em Goiás, um caso recente pode envolver a substância

CFM vai pedir que PMMA seja banido do Brasil
CFM vai pedir que PMMA seja banido do Brasil (Foto: Freepik)

O Conselho Federal de Medicina (CFM) vai apresentar, ainda nesta terça-feira (21), um pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para banir o PMMA do Brasil. A informação foi divulgada pelo UOL e ocorre devido ao aumento nos casos de complicações pelo uso do produto, sobre tudo por não médicos.

Em Goiás, um caso recente pode envolver a substância – o que é negado pela defesa dos investigados. Ainda em dezembro, o delegado Daniel Oliveira, responsável pelo caso que envolve Karine Gouveia e o marido Paulo César – suspeitos de deformarem pacientes na clínica deles, em Goiânia -, disse que foram identificadas a presença de substâncias como PMMA e silicone em procedimentos que só poderiam ser realizados por médicos cirurgiões plásticos em algumas das supostas vítimas do casal.

A mulher não tem formação na área de saúde, enquanto o marido administrava o negócio. O casal segue preso desde dezembro e teve a prisão prorrogada, recentemente. Ainda assim, conforme a polícia, eles mantinham uma distribuidora de medicamentos em funcionamento em Goiânia. No fim de semana, houve uma operação no local, onde foram apreendidos medicamentos usados em procedimentos estéticos e outros manipulados (não foram detalhados).

Em nota, os advogados de Karine e Paulo dizem que ocorrem vazamentos seletivos de informações sigilosas, as quais sequer a defesa possui acesso, e negam o uso de PMMA. Conforme os juristas, a autoridade policial, “nos vazamentos seletivos, após mais de 30 dias de prisão e 1 ano de investigações, não conseguiu comprovar o uso de PMMA e outras substâncias na clínica”. Cerca de 70 pessoas fizeram denúncias.

PMMA

Sobre o PMMA, trata-se de polimetilmetacrilato, um componente plástico usado pela indústria da saúde na fabricação de lentes, na odontologia e também em procedimentos ortopédicos. A Anvisa afirma ser “um tipo de preenchedor usado em procedimentos médicos”, que não é indicado para fins estéticos.

Contudo, a substância tem sido usada no País como alternativa de preenchimento para dar volume em glúteos e coxas, por exemplo. Nessas situações, o uso ocorre em microesferas (parecido com o gel).

O uso da substância já rendeu tragédias recentes. Em julho do ano passado, a influenciadora Aline Ferreira, 33, morreu por complicações decorrentes da aplicação nos glúteos.

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