INVESTIGAÇÃO

Chefes do tráfico goianos procurados em megaoperação no Rio moravam em casas de luxo dentro de favelas

Polícia descobriu mansões com piscinas e móveis de alto padrão erguidas por criminosos de Goiás no meio da Rocinha

Chefes do tráfico goianos procurados em megaoperação no Rio moravam em casas de luxo dentro de favelas (Foto: Reprodução/Polícia Civil)
Chefes do tráfico goianos procurados em megaoperação no Rio moravam em casas de luxo dentro de favelas (Foto: Reprodução/Polícia Civil)

As polícias de Goiás e do Rio de Janeiro descobriram que parte dos chefes do tráfico de drogas goianos procurados pela megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) realizada em comunidades do Rio, vivia com alto padrão de vida em meio à pobreza das favelas cariocas. Imagens registradas durante uma operação conjunta revelaram mansões com piscinas, móveis modernos e acabamento de alto nível, erguidas em plena Rocinha, uma das maiores comunidades do Rio.

Uma das casas, segundo a Polícia Militar de Goiás, pertencia aos traficantes Kleber José Martins, o “Escada” ou “Escadão”, e Caio César Alves Ferreira, o “Barney”. Ambos são de Goiânia, chefiam o tráfico local e usaram o dinheiro do crime para construir residências luxuosas no morro.

A mansão contava com duas piscinas, eletrodomésticos de última geração, decoração planejada e revestimentos de alto custo.“Era uma estrutura que destoava completamente do entorno. Parecia uma casa de bairro nobre, mas estava no meio da Rocinha”, relatou um policial envolvido na operação.

Traficantes Kleber José Martins, o “Escada” ou “Escadão”, e Caio César Alves Ferreira, o “Barney” (Foto: Divulgação/SSP)

Barney e Escadão continuam foragidos desde 2022. A Polícia Civil acredita que eles podem estar escondidos em outras comunidades do Rio de Janeiro, ainda sob proteção do Comando Vermelho.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou no último dia 31 de outubro, que 11 dos 99 mortos são goianos. Estão na lista de óbitos Fernando Henrique dos Santos, conhecido como “Fernandinho”, e Marcos Vinicius da Silva Lima, o “Rodinha”, apontados como líderes do tráfico em Goiânia e Itaberaí. Ambos estavam foragidos da Justiça e haviam fugido para o Rio de Janeiro.

Segundo as investigações, “Fernandinho”, de 29 anos, continuava coordenando o tráfico em Goiás mesmo à distância, mantendo ligações diretas com o Comando Vermelho. Já “Rodinha”, de 27 anos, era o chefe do tráfico em Itaberaí e teria se mudado para o Rio entre o fim de 2024 e o início de 2025, onde passou a comandar pontos de venda de drogas em comunidades da zona sul.

Outros dois goianos mortos na operação também foram identificados: Éder Alves de Souza e Adan Pablo Alves de Oliveira, ambos ligados ao CV e com mandados de prisão em aberto.

A Secretaria de Segurança Pública de Goiás informou que segue colaborando com as investigações e reforçou o monitoramento de possíveis conexões do Comando Vermelho no estado.

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