meio ambiente

Córrego fica com alto teor de benzeno e manganês após desastre em Padre Bernardo

Desabamento no lixão da Ouro Verde, em Padre Bernardo, aconteceu no dia 18 de junho. 42 mil metros cúbicos de lixo desmoronaram

Córrego fica com alto teor de manganês e benzeno após desastre no lixão de Padre Bernardo (Foto: Divulgação)
Córrego fica com alto teor de manganês e benzeno após desastre no lixão de Padre Bernardo (Foto: Divulgação)

O desabamento de uma pilha de resíduos do lixão Ouro Verde, em Padre Bernardo, sobre o córrego Santa Bárbara causou contaminação em níveis alarmantes. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável informou, nesta sexta-feira (8), que análises realizadas entre os dias 26 de junho e 3 de julho constataram elevado teor de benzeno, manganês, fenol e coliformes fecais na água. O benzeno, por exemplo, é uma substância altamente tóxica encontrada em resíduos industriais, tintas, gasolina, entre outros produtos. Já o manganês está em pilhas e baterias.

As coletas foram realizadas em três pontos: o primeiro, antes da área atingida pelo desmoronamento; e em outros dois pontos localizados à jusante, ou seja, após a região afetada. As amostras foram colhidas nos dias 26, 29 e 30 de junho; e 1º, 2 e 3 de julho.

A coleta do dia 26 de junho encontrou benzeno na proporção de 7 mg/L no ponto de coleta mais próximo do desabamento. O padrão máximo tolerado pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) é de 0,005 mg/L.

Em todas as amostras coletadas no primeiro ponto após o desastre, os níveis de benzeno não atenderam os critérios da Conama 357/2005, com valores variando entre 1 e 7 mg/L. Na última coleta realizada neste ponto, no dia 3 de julho, o resultado foi de 1 mg/L. No ponto mais distante e depois do desastre, os resultados também ficaram acima do valor máximo permitido. Do dia 29 de junho a 3 de julho, os valores variaram entre 1 e 3,1 mg/L, todos acima do limite do que aceita o Conama.

Os níveis de manganês encontrados nos dias 26/06, 02 e 03/07, no primeiro ponto à jusante, também não atenderam ao padrão de qualidade da Conama 357/2005. Os valores foram iguais a 2,098 (no dia 26/06), 1,271 (no dia 02/07) e 0,631 mg/L (no dia 03/07), bem acima do valor máximo permitido igual a 0,1 mg/L. Para o segundo ponto à jusante os resultados ficaram abaixo do valor máximo permitido.

Outros parâmetros que também ficaram em desconformidade com a Conama 357/2005 foram fenóis, demanda bioquímica de oxigênio, coliformes termotolerantes e oxigênio dissolvido.

Análise da Semad

A Semad também continua acompanhando a situação com uma equipe própria de análise de água. As análises de amostras coletadas pela pasta no dia 1º/8 apresentam resultados acima do permitido pela Conama 357/2005 para os parâmetros de fósforo total e demanda bioquímica de oxigênio no córrego Santa Bárbara. Já no rio do Sal, corpo d’água em que o córrego Santa Bárbara deságua, os resultados ficaram dentro dos limites da Conama 357/2005 para os parâmetros analisados.

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