Delegado diz que empresário de apostas de Anápolis, Henrique Saccomori, “mais perdia do que ganhava”

O delegado Jorge Bezerra, responsável pelo caso do dono da H5 Investimentos Esportivos, Henrique Saccomori, disse que as investigações apontaram diversas mentiras contadas pelo empresário de Anápolis. Ao Portal 6 e depois ao Mais Goiás, o policial afirmou que ele não era tão bom de apostas como dizia. “Mais perdia do que ganhava.”

“Comprovamos que ele mentiu que apostava todo o dinheiro. Apostava só uma parte e não era tão bom assim. Conseguimos provar, também, que ele nunca teve 33 milhões de euros. O máximo que teve de uma vez foram 100 mil euros”, declarou.

Ainda segundo o delegado, Henrique forjou uma mensagem enviada ao próprio e-mail para dizer que era “top 10” no ramo de apostas no mundo. A Polícia continua a apurar com outras vítimas os crimes de lavagem de dinheiro, estelionato e pichardismo (crime contra a economia popular).

O primeiro inquérito foi concluído e enviado ao Poder Judiciário. Ele foi indiciado, incialmente, por estelionato contra cinco vítimas. A esposa de Henrique, porém, não foi indicada.

“Inicialmente está provado que ela também foi enganada por ele. Pedimos a liberdade dela porque ela não sabia. Tanto que a família dela colocou dinheiro e perdeu”, explicou o delegado. Apesar disso, ela segue presa. Sua soltura depende do inquérito passar pelo Ministério Público e por um juiz decidir pela liberdade.

O Mais Goiás tentou contato com a defesa de Henrique para comentar o relatado, mas não teve retorno. O portal, contudo, teve acesso a um documento (enviado pelo escritório anterior) dos novos defensores – Gabriel Fonseca e Aline Seabra – no qual eles dizem que não farão manifestações opinativas a respeito do ocorrido. “O que nos compete é o exercício estritamente técnico.”

Relembre o caso do empresário de Anápolis

O dono da H5 Investimentos Esportivos ficou conhecido depois de um grupo de empresários denunciar R$ 290 milhões de prejuízos em um suposto golpe da empresa de apostas esportivas, o empresário responsável já acumula mais de dez registros de boletim de ocorrência e petições no Tribunal de Justiça de Goiás.

Diversos investidores aplicaram valores altos como R$ 100 mil, R$ 200 mil e até mesmo milhões. A reportagem apurou ainda que entre os investidores está o dono de uma das indústrias farmacêuticas localizadas no Distrito Agro Industrial de Anápolis (Daia).