Demanda por funerárias em Goiânia aumenta mais de 350% na pandemia
Presidente Sindicato das Empresas Funerárias, Cemitérios e Crematórios de Goiânia e Região Metropolitana garante que não risco de falta de caixões e insumos para preparar os corpos.
Em entrevista ao Mais Goiás, o presidente Sindicato das Empresas Funerárias, Cemitérios e Crematórios de Goiânia e Região Metropolitana, Wanderley Rodrigues, relatou que as empresas do seguimento observaram que em março, houve um aumento de mais de 350% na demanda de serviços fornecidos a vítimas da Covid-19 em relação a janeiro de 2021. Apesar deste mês ainda não ter terminado a busca por serviços funerários cresceu muita acima do esperado.
Mesmo com o agravamento de mortes provocadas pela pandemia do coronavírus, Wanderley esclarece que tanto Goiás como Goiânia não enfrentam falta de materiais necessários para preparar os corpos e caixões.
“O sistema funerário sempre foi pensado para lidar com imprevistos, afinal não há como prever a morte, por isso sempre operamos acima da capacidade. Estados muito maiores em termos de população, como São Paulo, por exemplo, podem sim viver essa situação, mas esse problema não deve chegar até aqui”, explicou Rodrigues.
Para ele, o maior transtorno enfrentado pelos trabalhadores da área e pelos familiares das vítimas da doença é a espera pela liberação do corpos. A demora para que esse serviço seja feito também traz como consequência a formação de filas na porta dos cemitérios, que estão operando com horário agendado.
Foi o que ocorreu no cemitério Jardim da Saudade, em Goiânia. Uma fila de carros de funerárias foi formada na porta do local. “A liberação dos corpos nas unidades de saúde muitas vezes atrasa, pois este não é um serviço que pode ser feito por qualquer pessoa, isso provoca um atraso na hora do sepultamento também. Além disso, há cemitérios trabalhando além de sua capacidade”, ressaltou o presidente do sindicato.

Wanderley alerta ainda para uma possível falta de funcionários do serviço funerário. “Nós ainda não fomos imunizados, isso faz com que muitos sejam expostos ao vírus, provando um risco para a vida desses trabalhares e também ocasionando um menor número de pessoas atuando no setor, pois quando elas são infectados precisam ser afastados por diversos dias”, conclui.
A Gerência de Administração de Cemitérios e Central de Óbitos da prefeitura de Goiânia comunicou que o Cemitério Jardim da Saudade encontra-se neste momento com poucas covas para serem utilizadas. Por isso, os casos de Covid-19 serão transferidos para o cemitério Vale da Paz.