Diretora de Cmei em Goiânia é afastada após festinha paga por Cachoeira

A Secretaria Municipal de Educação iniciou uma apuração sobre a festa de aniversário de dois anos da filha do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Mesmo condenado a pena em regime semiaberto e com tornozeleira eletrônica, ele foi ao evento que ofereceu para os estudantes no Centro Municipal de Ensino Infantil (Cmei) do Jardim Itaipu.

O evento durou cerca de duas horas e meia, na tarde da última quinta-feira (21). Bolo, refrigerante, carrinho de pipoca, picolés, doces, salgadinhos e palhaços eram algumas das atrações do evento. Além dos estudantes da unidade, amigos pessoais da filha do contraventor também foram ao evento com as famílias.

O Mais Goiás foi até a unidade e falou com a diretora logo que o evento acabou. Sem querer se comprometer, ela disse que não sabia quem havia oferecido a festa às crianças da unidade. Por intermédio da empresa contratada para executar o evento, ela descobriu que a intenção real era que uma filha de um casal fizesse uma festa de aniversário, e que a comemoração seria paga para acontecer junto às crianças da unidade que fica localizada na periferia da cidade.

À reportagem, a diretora disse que não sabia quem eram os pais da criança, e não reconheceu ser o casal Carlos Cachoeira e Andressa Mendonça. “Eu não os conheço. Nas épocas de escândalos, nem tinha tempo de assistir televisão, por isso não os reconheci. Aceitei a festa porque era de boa intenção, e não é a primeira vez que uma família faz festa de aniversário de uma criança aqui na unidade junto dos alunos”. Perguntada se qualquer um pode fazer isso, ela disse que sim, desde que seja em benefício direto para os estudantes.

A diretora não revelou quem foi a empresa responsável pelo evento, que teria intermediado esse contato com a família do contraventor. “Saber quem é, eu sei. Mas não vou me comprometer com ninguém, porque eles nos ajudam muito com essas festas, e não quero comprometer eles e fazer com que nossos alunos fiquem sem as atividades recreativas.”

Afastamento

Logo que tomou conhecimento, a Secretaria Municipal de Educação de Goiânia (SMS) determinou o afastamento temporário da servidora. O procedimento é corriqueiro enquanto é instaurado um procedimento disciplinar que apura se a autorização para que o evento aconteça no interior do Cmei cumpre com a ética, a moral e legislação. Até que seja concluída, a servidora não retoma ao cargo.

Através da Assessoria de Comunicação, a SMS emitiu uma nota à imprensa. Informou que o procedimento envolvendo a direção do Centro Municipal de Educação Infantil Residencial Itaipu obedece às determinações estabelecidas na Lei Complementar nº 011/92, artigos 165 a 167.