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Em Goiânia, cabeleireira que pulou de prédio para fugir de estupro volta a andar; vídeo

Um passo de cada vez. É assim que a cabeleireira Juliane Lacerda, de 36 anos,…

Cabeleireira Juliane Lacerda, de 36 anos, encara sua recuperação - e de forma literal. Desde o dia 29 de janeiro, a profissional luta para -Em Goiânia, cabeleireira que pulou de prédio para fugir de estupro volta a andar
Em Goiânia, cabeleireira que pulou de prédio para fugir de estupro volta a andar (Foto: Reprodução/ Instagram)

Um passo de cada vez. É assim que a cabeleireira Juliane Lacerda, de 36 anos, encara sua recuperação – e de forma literal. Desde o dia 29 de janeiro, a profissional luta para conseguir voltar a andar. Juliane sofreu uma grave lesão na coluna ao pular do primeiro andar de um prédio para fugir de um estupro, em Goiânia.

A cabeleireira relata que a primeira vez que conseguiu ficar em pé e dar os primeiros passos sozinha foi há duas semanas durante uma sessão de fisioterapia no Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Doutor Henrique Santillo (Crer). No mesmo dia, a cabeleireira fez questão de ir a uma loja de acessórios ortopédicos e comprar um andador:

“O que parecia impossível para mim e para muitos está se tornando realidade. Eu ficava imaginando o momento em que eu conseguiria ficar em pé novamente e andar, pensei que estaria tão distante esse dia, mas sempre tive fé de que ele chegaria. Menos de três meses de uma lesão medular e olha eu em pé”, conta.

Desde a data do crime, que completa três meses amanhã, a jovem se locomovia apenas com o uso de cadeira de rodas. Para conseguir caminhar, ainda lentamente e a poucos metros, Juliane usa botas de sustentação nos pés para auxiliar os movimentos e prevenir lesões, já que devido ao longo período em que ficou acamada, a profissional teve perda e enfraquecimento de musculatura.

Para ajudar na recuperação, Juliane faz sessões de fisioterapia e hidroterapia três vezes por semana no Crer. Aliado a esse tratamento, ela também contratou uma fisioterapeuta para seguir com mais sessões em casa e, assim, auxiliar o tratamento feito na clínica. Ao todo são cinco dias de sessões de fisioterapia por semana.

Devido à gravidade da lesão e a necessidade de usar cadeiras de rodas, a rotina da família de Juliane também mudou. Precisando de auxilio nas atividades cotidianas, ela conta com a ajuda da mãe, da irmã e de duas tias, que se revezam para acompanhar a cabeleireira em casa, nunca a deixando sozinha.

Os primeiros passos de Juliane vêm acompanhados da esperança de retomar a vida que tinha antes e a vontade de trabalhar em seu salão de beleza, no Setor Parque Oeste Industrial.

“Voltarei à minha vida normal e logo estarei em pé e fazendo tudo. Agora vivo e agradeço por cada dia e sempre digo, dê valor ao que pode fazer hoje porque amanhã pode ser muito tarde”, diz.

 

Entenda o caso

No dia 29 de janeiro Juliane e uma funcionária estavam no salão de beleza quando o suspeito entrou no estabelecimento e anunciou o assalto. Armado com uma faca o jovem teria trancado a porta do local e ordenou que Juliane e a funcionária tirassem as roupas. Para tentar escapar do estupro e pedir socorro, Juliane foi até o primeiro andar do estabelecimento e pulou de uma altura de aproximadamente quatro metros. Imagens das câmeras de segurança do local e de um estabelecimento próximo mostram o momento em que a cabeleireira pula e cai sentada na calçada.

Com a queda, a vítima fraturou a primeira vértebra da coluna e os dois calcanhares. Segundo Juliane, a fratura da coluna foi gravíssima e ela precisou passar por uma cirurgia de alto risco. Uma outra cirurgia para corrigir a fratura do calcanhar direito também foi necessária. Depois de duas semanas de internação, a cabeleireira teve alta hospitalar e pode voltar para casa. Porém, a profissional havia perdido os movimentos da cintura para baixo e os médicos não sabiam se ela voltaria a andar.

Cerca de 20 dias depois, o suspeito, um jovem de 22 anos, foi detido por policiais da Rotam (Ronda Ostensiva Tática Metropolitana). Já havia um mandado de prisão preventiva contra o suspeito, que estava sendo procurado por policiais da 2ª Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher).