DISSOLVIDO

Entenda porque juiz anulou julgamento de caminhoneiro acusado de causar acidente que matou quatro militares do COD

Homem é julgado por ter invadido a contramão e colidido frontalmente com o veículo onde estavam os militares

Imagem mostra retrato dos militares vítimas do acidente na região de Caçu, em 2024
Ministério Público denunciou o caminhoneiro por homicídio por quatro vezes, em razão das quatro mortes (Foto: Reprodução/Colagem/Mais Goiás)

O juiz responsável pelo julgamento do caminhoneiro acusado de provocar o acidente que matou quatro policiais do Comando de Operações de Divisas (COD) na BR-364, em Caçu, decidiu anular o júri popular realizado na última terça-feira (16). A decisão foi tomada após a constatação de uma irregularidade durante a votação dos jurados.

De acordo com o magistrado, uma das juradas, por não ter segurança em relação ao seu voto, teria decidido sortear a resposta, entre a condenação ou absolvição do réu, utilizando cédulas de votação. A prática é proibida pela legislação penal e compromete a legitimidade do julgamento. Diante do fato, o juiz determinou a anulação da sessão.

SAIBA MAIS:

O Ministério Público de Goiás (MPGO) também solicitou a dissolução do conselho de sentença pelo mesmo motivo, concordando que o procedimento adotado pela jurada feriu as normas do tribunal do júri.

O julgamento teve início às 8h30 da última terça e foi encerrado apenas na madrugada do dia seguinte. Segundo o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), ainda não há data definida para a realização de um novo júri, mas a previsão é de que o caso volte a julgamento em 2026.

O réu, Jhonatan Murilo Leite, é acusado de causar a morte de quatro policiais militares do COD que estavam em uma viatura no momento da colisão, ocorrida em abril de 2024. Conforme a perícia da Polícia Científica, o caminhoneiro teria invadido a contramão e colidido frontalmente com o veículo onde estavam os militares.

Na ata da sessão de julgamento anulada, porém, consta que a defesa de Jhonatan contesta os apontamentos da perícia, alegando que os fatos não foram devidamente comprovados.

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O Ministério Público denunciou o caminhoneiro por homicídio por quatro vezes, em razão das mortes do subtenente Gleidson Rosalen Abib, do 1º sargento Liziano José Ribeiro Junior, do 3º sargento Anderson Kimberly Dourado de Queiroz e do cabo Diego Silva de Freitas, que ocupavam a viatura.

Conforme mostrado pela reportagem do Mais Goiás à época, três dos policiais morreram no local do acidente. O quarto militar que estava na viatura chegou a ser socorrido pela concessionária responsável pela rodovia e encaminhado a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.