Assédio sexual

Estudante afirma ter sido assediada por pastor da Igreja Casa em Goiânia; homem nega

Uma estudante de medicina veterinária, de 20 anos, usou sua conta no Twitter para relatar…

acolheu o parecer do Ministério Público (MP-GO) e determinou o arquivamento do inquérito policial aberto para investigar a denúncia de assédio supostamente praticado pelo pastor Davi Passamani contra uma estudante de 20 anos. (Foto: divulgação)
acolheu o parecer do Ministério Público (MP-GO) e determinou o arquivamento do inquérito policial aberto para investigar a denúncia de assédio supostamente praticado pelo pastor Davi Passamani contra uma estudante de 20 anos. (Foto: divulgação)

Uma estudante de medicina veterinária, de 20 anos, usou sua conta no Twitter para relatar assédio sexual cometido pelo pastor da Igreja Casa, em Goiânia. Na publicação postada no último sábado (28), Gabriella Palhano descreve como Davi Vieira Passamani teria cometido o crime e alega ter provas do ocorrido, bem como conhecimento de outras vítimas. Após a repercussão, o líder religioso gravou vídeo nas redes sociais no qual pede perdão à família e igreja, mas nega o crime. O caso foi registrado na Polícia Civil (PC) nesta segunda-feira (30) e será investigado.

No relato, a jovem afirma que o assédio teve início após ela procurar o pastor e a esposa dele para arrecadar alimentos para doação. Na semana seguinte, conforme a denunciante, Davi conseguiu o número de telefone dela e começou a se comportar de maneira classificada pela mulher como estranha.

Segundo Gabriella, o líder religioso pediu para “ser olhado como ser humano e não como pastor”. Posteriormente, de acordo com a mulher, o pastor passou a perguntar sobre assuntos da vida sexual dela. A jovem narra que, após a atitude de Davi, o namorado orientou que registrasse todas as conversas para comprovar o assédio.

A estudante relata que, durante uma chamada de vídeo, o pastor afirmou que gostaria de sentir o beijo da jovem. “Começou a falar que teve um sonho comigo, horrível por sinal, nojento, vocês devem imaginar. Então eu disse que tinha que desligar e comecei a chorar muito e ele continuava mandando mensagem”, disse.

Medo

No post, Gabriella diz que sentiu medo de denunciar o líder religioso e foi coagida por outros membros da igreja a apagar os registros. “Disseram que eu tinha que perdoar porque era o diabo usando a boca dele e que tudo que o diabo queria era destruir aquela igreja”.

A jovem conta que decidiu expor o caso após tomar conhecimento de outros assédios supostamente cometidos pelo homem e ouvir pregação sobre casos de violência contra mulheres em igrejas. “Vi uma pregação sobre assédio, estupro e pedofilia nas igrejas (…) foi onde tomei coragem de contar para todo mundo”, relatou.

O outro lado

Após a repercussão do caso, o pastor gravou vídeo nas redes sociais no qual aparece chorando e pede perdão à família e Igreja. “Estou passando por um momento difícil, sempre tentei ser o mais transparente possível. Estou aqui para pedir perdão para todos vocês. Perdão para igreja e para o Brasil”, disse.

Apesar de pedir desculpas, ele nega que tenha cometido assédio. “Sei que o Adultério não é crime no Brasil, mas sei também o que isso representa no reino. Quero apenas pedir perdão a todos pelas minhas falhas e dizer que se de um lado enfrentarei com serenidade as acusações infundadas, por outro estou sangrando por decepcioná-los como homem de Deus”, escreveu junto ao vídeo.

 

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Casa

Em comunicado no Instagram, a Igreja Casa informou que tem acompanhado e apurado o caso para tomar medidas jurídicas e eclesiásticas que a situação requer. Segundo o texto, o pastor Davi já está afastado das funções ministeriais há uma semana para tratamento médico e cuidados com a família.

“Urge mencionar que, a Igreja é o corpo de Cristo e sempre estará alinhada às mais exigentes práticas cristãs. A Casa desde seu nascimento sempre foi um lugar de acolhimento, inclusão, lugar de cura e consolo, e isso se estende desde o principal pastor ao irmão que se assenta na última cadeira e no fim da fila. Tudo sem nenhuma distinção e/ou privilégio”, disse.