AGRESSÃO

MP denuncia falsos torcedores que marcam encontros para agredir pessoas em Goiânia

Segundo a Polícia Civil, 62 suspeitos de participarem da organização criminosa já foram presos

Falsos torcedores de futebol espancam pessoas em Goiânia (Foto: Reprodução)
Falsos torcedores de futebol espancam pessoas em Goiânia (Foto: Reprodução)

O Ministério Público de Goiás (MPGO) denunciou falsos torcedores que marcam encontros para espancar pessoas, em Goiânia. Segundo o órgão, o grupo usa o futebol e até camisas de torcidas organizadas como pretexto para cometer as agressões. Alguns presos foram denunciados por crimes de roubo, lesão corporal e associação criminosa na última quinta-feira (25).

De acordo com a Polícia Civil, as violências acontecem a cerca de um ano na capital. Em dezembro do ano passado um jovem denunciou ter sido vítima do grupo. Na época, os indivíduos chegaram no carro do rapaz e perguntou para qual time ele torcia. Após ele responder que torcia para o Vila Nova, foi agredido pelos falsos torcedores.

Já em outubro do ano passado um jovem tentou fugir dos falsos torcedores, mas foi perseguido. O jovem foi agredido até desmaiar. Em seguida, teve o celular e os cartões do banco roubados. A vítima precisou passar por cirurgias. Conforme a Polícia Civil, 62 suspeitos de participarem da organização criminosa já foram presos.

A identidade dos presos não foi divulgada e, por isso, não foi possível localizar a defesa deles.

Violência

Embora o grupo use o futebol para espancar as pessoas, a investigação apontou que a maioria dos suspeitos não frequenta estádios e não são filiados a nenhuma torcida. A polícia ainda descobriu que eles disputam campeonatos na internet que simulam brigas de torcida de futebol e aplicam as estratégias fora das telas.

Além disso, a investigação apontou que o grupo tinha como alvo qualquer pessoa que estivesse “na hora errada e no lugar errado”. Áudios mostram o grupo comentando sobre as agressões. “Tem como ir nem no porta-mala desse carro aí, não? Cê tá doido, tô doidinho pra bater em alguém”.

Em um outro áudio, o motorista de uma das gangues reclama por não participar de uma agressão. “Não dá para bater em quase ninguém. Toda vez que eu vou, quando eu mal trisco no cara, tem que voltar para dentro do carro, porque todo mundo sai correndo: ‘Bora, bora!’. Motorista fica só no volante”.

A Polícia Civil criou um Grupo Especial De Proteção Ao Torcedor em conjunto com o Batalhão Especializado De Policiamento De Eventos e com o Ministério Público. Dos 62 suspeitos presos, dez deles continuam em reclusão e os outros indivíduos estão com medida restritiva, usando tornozeleira eletrônica e proibidos de sair de casa à noite.