NOVA VERSÃO

‘Falta preparo’, diz mãe após filho com transtorno se envolver em agressão em escola de Goiânia

Professora nega que tenha agredido o estudante

Mãe denuncia falta de profissionais de apoio em escolas (Foto: Freepik)

A mãe do aluno que empurrou uma professora durante uma aula de educação física no último dia 10 de setembro, em uma escola localizada no Setor Faiçalville, em Goiânia, relata que a profissional não soube conduzir uma crise da criança, diagnosticada com Transtorno Opositivo Desafiador (TOD). Ao Mais Goiás, Patrícia Bacelar, que é psicóloga e psicopedagoga, contou que, segundo a versão do filho, tudo começou quando ele fez um gol contra durante um jogo de futebol.

A professora teria validado o lance e exposto o menino aos colegas, o que teria iniciado a crise. Em meio à desregulação emocional, característica do transtorno, o menino começou a gritar e a rasgar o colete utilizado durante a atividade.

“Meu filho contou que a professora foi até ele para tentar tomar o colete e deu um tapa no braço dele para que o soltasse. Ele ficou com muita raiva e, em seguida, a empurrou”, narra a mãe. A professora perdeu o equilíbrio, caiu em uma vala e se arranhou. Patrícia afirma que a criança chegou em casa com uma marca roxa no braço, supostamente do golpe.

A professora acionou a Guarda Civil Municipal (GCM) para registrar a agressão sofrida. Segundo Patrícia, ao ver a polícia na escola, a criança entrou em pânico. “Quando o meu filho viu a polícia chegando no ambiente escolar, ele ficou totalmente apreensivo e choroso. Foi uma série de erros, um atrás do outro, que desregularam meu filho totalmente”, desabafa a mãe, que também registrou um boletim de ocorrência para relatar a versão do filho e a marca da suposta agressão.

Conforme consta no boletim de ocorrência, ao qual o Mais Goiás teve acesso, Patrícia alega que, após a reação do filho à exposição, a professora teria agredido o menino de nove anos com um tapa no braço. Ele, então, teria reagido empurrando a profissional. Desde o ocorrido, o aluno tem ido à escola acompanhado da avó materna apenas para realizar atividades avaliativas. A mãe contou que pretende transferir o garoto para outra instituição.

Patrícia reforça que o menino não é agressivo em outros ambientes, como nas sessões de Atendimento Educacional Especializado (AEE) na própria escola, e que a crise foi resultado da falta de manejo comportamental adequado por parte da profissional. “Falta preparo. Ele tem uma condição, tem laudo, faz tratamento. A forma como os profissionais lidam com isso faz com que ele piore”, conclui.

Na oportunidade, a mãe destacou que há, de modo geral, desinteresse por parte das escolas e dos profissionais em aperfeiçoarem o cuidado com esses alunos, que, segundo ela, têm direito apenas a um profissional que os acompanhe para ações de higienização. “A minha briga sempre foi de tentar defender os direitos dele, de buscar que ele seja acolhido no ambiente escolar da melhor forma”, explicou Patrícia.

Professora nega agressão

Procurada pela reportagem, a professora, que prefere não se identificar, alegou que, conforme já havia sido orientado pelos próprios pais do aluno, os profissionais apenas aguardaram a criança se acalmar. “Ele fez o gol contra, não deu tempo de eu poder falar sobre o que aconteceu, como seria o jogo a partir daquele momento. Assim que ele percebeu, me xingou, jogou o golzinho para cima e saiu da quadra rasgando o colete. Eu não saí do lugar em que estava e fui ao encontro dele. Estava com medo de que fosse para cima dos colegas. Coloquei os alunos sentados, alinhados, e aguardei o coordenador.”

Ainda segundo a professora, o menor teria chutado um colega e jogado objetos, como cadeiras e barras de ferro, no momento de crise. A direção da escola foi procurada pela reportagem, mas preferiu não se manifestar sobre o ocorrido e as declarações. O espaço permanece aberto.

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